Explicar ciência com palavras caras ajuda a passar a mensagem, mas não ensina

Estudo liderado por investigador português mostra que o jargão pode ser útil para preencher as lacunas numa explicação científica, mas não ajuda a que o público compreenda a informação.

Foto
A utilização de jargão científico pode ser benéfica na persuação, truque aplicado na desinformação ou na propagação de pseudociência, por exemplo Volodymyr Hryshchenko/UNSPLASH
Ouça este artigo
00:00
07:29

Exclusivo Gostaria de Ouvir? Assine já

No final do século XX, o matemático Alan Sokal propôs-se a ludibriar as revistas científicas na área das ciências sociais. O intuito era provar que alguns investigadores estavam a cooptar expressões matemáticas ou conceitos da física apenas para o estudo soar mais convincente e erudito. Inventou um estudo, submeteu-o a revistas científicas e foi aceite. Além de provar que, sem controlo, a fraude na ciência também é possível, Alan Sokal mostrou outra coisa: usar palavras complicadas (ou “caras”) ou o chamado "jargão científico" mascara os argumentos de uma cientificidade e validade que nem sempre têm.