‘Inferno em La Palma’ é uma história real? Conheça a inspiração da trama
Minissérie norueguesa que encabeça o ranking da Netflix retrata mega tsunami nas Ilhas Canárias que atinge toda a costa do Atlântico
Inferno em La Palma lidera o ranking de séries mais vistas da Netflix no Brasil com uma história assustadora: enquanto passam as férias de fim de ano na paradisíaca La Palma, parte do arquipélago das Ilhas Canárias, ao sul da Espanha, uma família norueguesa presencia a erupção do vulcão Cumbre Vieja, que desencadeia um tsunami arrasador, capaz de destruir a região e atingir a costa de boa parte dos países voltados para o oceano Atlântico. Diante da devastação mostrada, é difícil não se perguntar se a trama é inspirada em um caso real. A resposta simples para a pergunta é um sonoro não — mas uma pesquisa rápida revela que, apesar do enredo ser fictício, ele se baseia em uma teoria real sobre uma possível catástrofe sem precedentes na região, mas que não é lá muito confiável.
Ilha mais ocidental do arquipélago, La Palma de fato abriga o Cumbre Vieja, considerado o vulcão mais ativo das Ilhas Canárias — em 2021, por exemplo, uma erupção por lá causou uma ampla destruição na ilha, que ainda se recupera dos danos físicos e de imagem causados pela tragédia. A teoria catastrófica que inspira a trama, no entanto, surgiu bem antes, em 2001: em um estudo publicado na Geophysical Research Letters, pesquisadores levantaram a possibilidade de que uma erupção violenta do vulcão poderia causar uma enorme rachadura na montanha, lançando parte dela no oceano. O deslocamento da massa de terra para o mar supostamente geraria um tsunami sem precedentes, com capacidade de dizimar a ilha e chegar à costa de boa parte dos países banhados pelo Atlântico, entre eles o Brasil.
Uma série de pesquisas posteriores, no entanto, mostraram que a hipóteses do mega tsunami é praticamente impossível, e não se sustenta em evidências científicas. Embora o vulcão tenha passado por erupções recorrentes, nenhuma delas desencadeou um deslizamento de terra massivo — muito menos da magnitude capaz de gerar os eventos mostrados na série. Segundo o Serviço Geológico dos Estados Unidos, inclusive, é “altamente improvável” que isso aconteça, e seria tão raro que, provavelmente, levaria centenas de milhares de anos. Na pior das hipóteses, dizem os cientistas, uma erupção do Cumbre Vieja causaria ondas de até 2 metros, semelhantes às de uma tempestade comum.
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