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Messer diz que entregava dólares aos Marinho, aponta revista; Globo rebate

O doleiro Dario Messer - Reprodução
O doleiro Dario Messer Imagem: Reprodução

Do UOL, em São Paulo

14/08/2020 21h46

Em delação ao Ministério Público Federal do Rio de Janeiro na última quarta-feira (12), o doleiro Dario Messer teria dito que, durante a década de 90, entregava "em várias ocasiões" quantias entre US$ 50 mil e US$ 300 mil a integrantes da família Marinho, revelou hoje o site da revista Veja. Durante a edição de hoje do Jornal Nacional, a Globo negou as acusações.

Segundo o depoimento de Messer publicado pela revista Veja, essas entregas aconteciam duas ou três vezes ao mês, na sede da Rede Globo, no Jardim Botânico, no Rio de Janeiro, e eram feitas por um funcionário de sua equipe. O dinheiro seria destinado a Irineu Roberto Marinho e José Roberto Marinho. O doleiro, no entanto, teria dito que nunca se encontrou com integrantes da família Marinho e não teria apresentado provas dos fatos.

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"A respeito de notícias divulgadas sobre a delação de Dario Messer, esclarecemos que Roberto Irineu Marinho e João Roberto Marinho não têm e nunca tiveram contas não declaradas às autoridades brasileiras no exterior. Da mesma forma, nunca realizaram operações não declaradas às autoridades brasileiras", diz a nota da família Marinho, lida ao vivo pelo apresentador William Bonner.

Segundo a reportagem de Veja, Messer contou ter começado a fazer negócios com os Marinho por intermédio de Celso Barizon, supostamente gerente da conta da família no banco Safra de Nova York.

"Doleiro dos doleiros"

O nome de Messer ganhou notoriedade com a descoberta de esquemas criminosos liderados por Sérgio Cabral (MDB-RJ), preso pela Lava Jato desde 2016 e condenado a mais de 280 anos de prisão.

Procuradores da Lava Jato dizem acreditar que as informações e provas oferecidas por Dario Messer, conhecido como o "Doleiro dos Doleiros", em sua delação tenham potencial para identificar autoridades envolvidas em atos de corrupção.

Messer revelou ao MPF-RJ (Ministério Público Federal do Rio de Janeiro) informações sobre uma rede de doleiros. Isso porque, segundo o procurador Almir Teubl Sanches, da força-tarefa da Lava Jato no Rio, o círculo de relacionamentos desses operadores costuma envolver prioritariamente outros doleiros. Segundo o procurador, as investigações desdobradas a partir disso podem levar a nomes com foro privilegiado.

"Vamos pegar o caso do [ex-governador do Rio] Sérgio Cabral como exemplo. Ele não ligava para o Messer e dizia: 'Preciso mandar dinheiro para o exterior'. Ele tinha pessoas de confiança [os irmãos Marcelo e Renato Chebar] que eram acionadas e passaram a usar o sistema do Dario Messer. Talvez, Messer nem soubesse que aquele dinheiro era do Cabral. Investigaremos para quem essas pessoas [delatadas por Messer] atuavam. Por isso é difícil mensurar o alcance dessa colaboração", afirma o procurador.

Em depoimento, ele afirmou ter emprestado US$ 13 milhões ao ex-presidente paraguaio Horácio Cartes e admitiu ter sido o principal beneficiário da mesa de câmbio paralelo operada no Uruguai pelos também doleiros Claudio Barboza, o Tony, e Vinicius Claret, o Juca Bala — ambos também colaboradores da Lava Jato.

164 Comentários

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650z3c8fppbg

Agora que falaram no JN ou fantástico!! Globo sempre articulando a melhor jogada!!

Santo7

Declararam que nunca tiveram contas em seus nomes no exterior mas não que não tenham tido ou tenham contas em nomes de empresas off shore da qual sejam os controladores no exterior. O Maluf sempre usava esse subterfúgio

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