Economista Cesar Bergo classifica greve dos caminhoneiros como "baderna"

brasil
por: SBT News
09/09/2021 às 11:25

Presidente do Conselho de Economia do DF diz que movimento está assumindo contorno "muito perigoso"

Em entrevista ao SBT News, economista afirma que o que começou como uma manifestação reivindicatória, agora é um movimento político

Em entrevista ao SBT News, economista afirma que o que começou como uma manifestação reivindicatória, agora é um movimento político "desorganizado e de descumprimento da lei" | Reprodução

Nesta 5ª feira (9.set), cerca de 15 estados têm rodovias parcialmente bloqueadas por caminhoneiros que apoiam o governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e são contra o Supremo Tribunal Federal (STF). 

O economista César Bergo, em entrevista ao SBT News, classificou o movimento como "baderna". Segundo ele, o que começou como uma manifestação reivindicatória, agora é um movimento político desorganizado e de "descumprimento da lei".

"Para a economia, não só a questão interna, mas preocupa também as exportações. As estradas escolhidas foram estratégicas, porque ligam os portos brasileiros. [...] Isso tem que impactos diretos na economia, que já está combalida. Muitos políticos não conseguem avaliar corretamente esses impactos", disse. 

A expectativa nesta 5ª feira é que o presidente Jair Bolsonaro converse com caminhoneiros que estão paralisados em várias partes do país. Ainda não há confirmação se Bolsonaro irá à Esplanada dos Ministérios - ainda fechada em Brasília desde 7 de setembro - ou se os caminhoneiros irão ao encontro do presidente.

De acordo com Bergo, o movimento está assumindo contorno "muito perigoso".

"Se a discussão política fica ali no Congresso e nas Câmaras Legislativas, tudo bem, mas quando extrapola de uma forma desordenada, você tem prejuízos latentes, não só com relação a um país que já tem 14 milhões de desempregados, mas agrava uma situação de renda também", afirmou o especialista.

Ele explica ainda que os discursos vindos do Poder Executivo não coloboram em nada com o momento em que o país está vivendo e revelam um desentendimento que, segundo o estudioso, não deveria existir, sobretudo em tempos de pandemia. "Infelizmente, a economia vai sofrer bastante nesse movimento", completou. 

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