Lula reclama de críticas feitas ao projeto da usina de Belo Monte
SIMONE IGLESIAS
da Sucursal de Brasília
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva reclamou nesta quinta-feira de críticas ao projeto do governo de construção da Usina de Belo Monte, no rio Xingu. Disse que os estudos do projeto vêm sendo elaborados há mais de 30 anos e que todos os passos da obra foram debatidos com as comunidades locais.
"Por todos os cuidados que estamos tendo, não existe a política de enfiar o projeto goela abaixo de ninguém", disse, em entrevista ao jornal "Diário do Pará".
Questionado sobre o fato de a AGU (Advocacia Geral da União) querer processar os procuradores do Ministério Público Federal do Pará, que entraram com liminares contra a realização da obra, Lula disse que está agindo dentro de suas atribuições.
"O órgão apenas advertiu funcionários, inclusive do Ministério Público, que poderiam responder por atos que excedessem suas atribuições legais. Da mesma forma que o MP adiantou que iria à Justiça, a AGU também poderia questionar seus atos na Justiça. Estamos falando de ações dentro dos marcos da legalidade. Portanto, não há qualquer imposição do projeto à sociedade."
Lula está no Pará, mas cancelou evento em Curionópolis onde anunciaria a reabertura de garimpo na Serra Pelada. Cancelou sua participação porque não houve entendimento entre cooperativa e empresa que reutilizarão a área.
"Lamento não poder ir ao encontro dos garimpeiros. Eu tinha a intenção de comunicar pessoalmente aos trabalhadores a reabertura do garimpo 20 anos depois que ele foi fechado, para desespero de milhares de famílias que viviam da exploração do ouro. Acontece que faltavam alguns detalhes que impediam a assinatura da Portaria de Lavra, relacionadas com o acordo de parceria entre os garimpeiros, através da Coomigasp (Cooperativa de Mineração dos Garimpeiros de Serra Pelada) e a empresa canadense Colossus. Queremos ter certeza de que os garimpeiros serão os verdadeiros beneficiados com essa concessão", disse.