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quinta-feira, 8 de abril de 2010 12:25

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Projeto de Belo Monte sofreu fortes mudanças desde a proposta inicial, diz Tolmasquim

Segundo presidente da EPE, das 6 usinas previstas para o local, 5 foram abortadas em prol do meio ambiente

Célia Froufe, da Agência Estado  

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BRASÍLIA - O presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Maurício Tolmasquim, enfatizou há pouco que o projeto da construção de usina de Belo Monte, no Rio Xingu (PA), sofreu fortes modificações desde a apresentação de sua proposta, na década de 80. A indicação da construção de seis usinas no local, por exemplo, foi abortada. "O setor abdicou de cinco usinas que vão fazer muita falta, mas foi uma decisão em prol do meio ambiente", ressaltou.

Tolmasquim considerou que, na comparação com o projeto original, só houve perdas do ponto de vista econômico. "O consumidor pode, então, perguntar: o governo é louco? Para que pagar mais caro? A resposta é a que buscamos compatibilizar energia barata com respeito à comunidade local e o meio ambiente", disse.

O presidente da EPE salientou que, mesmo assim, o custo da energia produzida a partir de Belo Monte é praticamente a metade do verificado em outras formas de geração de energia. No caso de Belo Monte, o custo seria de R$ 83,00 por megawatt/hora (MWh) contra R$ 145,00 de termoelétricas e de R$ 145,00 a R$ 150,00 da energia nuclear. Ele enfatizou também que a energia produzida a partir de hidrelétricas pode receber complementos de energia eólica e da gerada a partir do bagaço de cana-de-açúcar.

Tolmasquim continuou fazendo comparações. Segundo ele, para cada MW de energia gerado no País, há um alagamento de áreas de 0,5 quilômetros quadrados, em média. No caso de Belo Monte, esse alagamento corresponderia a 0,05 quilômetros quadrados. "São 10 vezes menos que a média brasileira. Uma relação excepcionalmente baixa", considerou.

O presidente da EPE disse ainda que o empreendedor que ganhar o leilão deverá investir R$ 3 bilhões em atividades voltadas para a preservação do meio ambiente e para dar condições sociais à população local. Além disso, o imposto a ser arrecadado pela usina é 19 vezes maior, segundo ele, do que todos os recursos gerados pelo Estado. "Abrir mão desses recursos é uma coisa que não dá para entender", disse. 



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