|
Sábado, Maio 15, 2004
Posted
3:05 PM by Cassiano Leonel Drum
Afasta de mim esse cálice
Impulsividade de Lula e assessores tresloucados transformam uma questão prosaica criada por reportagem do
New York Times em uma grande crise
Leandra Peres
Na semana passada, o governo conseguiu provar que é capaz de transformar até seus melhores momentos em crises de grandes proporções. Isso requer um certo esforço. Depois que o jornal The New York Times, o diário mais influente dos Estados Unidos, publicou reportagem de meia página, em sua edição de domingo 9, dizendo que o consumo de bebida alcoólica pelo presidente Lula virara "preocupação nacional", o governo viveu um raro momento de unanimidade.
Até os adversários se levantaram em defesa do presidente. "Conheço o Lula há trinta anos e não vejo nenhuma razão para o jornal fazer tal suposição", afirmou o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, que classificou a reportagem de "leviana". "O presidente tem nossa total solidariedade. A reportagem é injusta e maldosa", disse o governador de São Paulo, o tucano Geraldo Alckmin. Na terça-feira, quando o interesse pelo assunto já estava minguando e quase ninguém mais parecia interessado no mexerico, o Palácio do Planalto anunciou a decisão de expulsar do país o autor da reportagem, o jornalista Larry Rohter, 54 anos, que trabalha no Brasil desde os anos 70.
Com a reação autoritária e exagerada, o governo virou o jogo contra si de forma espetacular. Até os aliados reagiram mal. "Não foi a melhor resposta", disse o líder do governo no Senado, Aloizio Mercadante, que, junto com outros senadores, formou uma comitiva para apelar ao presidente para que retrocedesse. Em vão. Numa cena que só a esquizofrenia petista parece capaz de exibir, até o assessor de imprensa de Lula, o jornalista Ricardo Kotscho, deu entrevista dizendo que, por disciplina, acatava a decisão do governo, mas confessou abertamente que não concordava com ela.
Os principais jornais do mundo ignoraram a peça de Rohter e não comentaram os hábitos etílicos do presidente. Por obra e graça da reação descabida do governo, o assunto acabou ganhando dimensão planetária. Na terça-feira, segundo um levantamento preparado pelo próprio Planalto, o assunto saíra sem muito destaque em apenas sete jornais, a maioria da América do Sul. Na quarta, após a decisão de expulsar o jornalista, a notícia estava em 26 jornais. Até no Khaleej Times, dos Emirados Árabes Unidos. No dia seguinte, aparecia em 38 títulos, inclusive na Xinhua, a agência de notícias da China, para onde Lula embarcará nos próximos dias.
Em todas as reportagens estrangeiras ouvia-se o eco de uma indagação constrangedora e ela não tinha nada a ver com a questão de quanto e com que freqüência Lula bebe. A indagação era bem pior: será que o Brasil retrocedera ao estágio de uma republiqueta latino-americana dirigida por um ditadorzinho caprichoso e impulsivo?
"Minhas fontes foram Folha, Estado e Globo"
O governo me chamou de "fonte sem confiabilidade". Foi o maior elogio que já recebi. Vou emoldurar e pendurar na parede. Imagine se eu fosse considerado um "homem de confiança" do governo. Eu mudaria de profissão. O único problema é que não sou uma fonte do New York Times. O correspondente do jornal não falou comigo. Apenas citou um artigo que publiquei em VEJA cerca de dois meses atrás.
Nesse artigo, eu mencionava algumas ocasiões públicas em que Lula apareceu com um copo de bebida na mão. Colhi as informações nas páginas de Folha, Estado e Globo. Esses jornais foram minhas fontes. Conseqüentemente, foram também as fontes do New York Times.
Além de pouco confiável, fui retratado como agitador a soldo dos americanos. O Jornal Nacional mostrou vinhetas de Chico Caruso em que apareço na redação carioca do New York Times fabricando notícias contra Lula para acobertar as torturas de Bush dos prisioneiros no Iraque. Quando meus protetores americanos conquistarem o país, minha primeira providência será expulsar Chico Caruso.
Diogo Mainardi
Comments:
Posted
2:45 PM by Cassiano Leonel Drum
Anjos montados em porcos
"Embora sejamos tantas vezes bons, magníficos, altruístas, generosos, capazes do belo, até do extraordinário, algo espreita em nós, pronto para o salto, a mordida, o gosto de sangue na boca e o brilho demente no olhar"
Nem é original dizer que somos feras mal domesticadas: homens e mulheres das cavernas, com um mísero verniz que a qualquer contato mais direto pode estalar, revelando dentes prontos para dilacerar carnes indefesas. O Velho, isto é, Freud, desvendou-nos, ao estudar essa estranha essência chamada alma humana, com suas paixões, sua morbidez e seus encantos, tudo brotando da sombra com flores de magia ou monstruosidade.
Nos sonhos, revelam-se algumas coisas. "Sonhos são espumas" esse era um dos ditados ouvidos na minha infância. Naquele tempo, avós sentenciosas previam chuva, vento, morte, nascimento, com uma sabedoria feminina atávica tantas vezes confirmada que eu acabava acreditando mais nela do que em tudo que estava nos livros da biblioteca de meu erudito pai.
Espumas subindo à superfície da nossa trevosa personalidade oculta ou à flor das águas do sono. Pensei nisso lendo sobre as atrocidades cometidas pelos soldados americanos contra prisioneiros no remoto Iraque. Não hão de ser piores do que as que se cometem em prisões pelo mundo afora. Foram apenas mais noticiadas. Não hão de ser mais cruéis, ainda, do que a secreta violência exercida contra crianças, adolescentes ou mulheres em muitos lares.
A violência familiar ocupa páginas de jornais, teses de psicologia, sites de internet. Minha alma se arrepia: quem somos no fundo, quem nos habita, que monstro é esse, muito mais antigo do que a mais antiga memória de nosso inconsciente?
Ilustração Ale Setti
Não sei. Mas sei que ele mora em todos nós. Morava em mim quando, criança de 5 ou 6 anos, eu puxava uma pobre minhoca pelas duas pontas (qual a cabeça, qual o rabo?), até ela rebentar soltando uma gosma amarelada. Prendia um pedaço ainda vivo e trêmulo no anzol de alfinete e pescava tranqüilamente ao lado de meu pai no minúsculo lago no fundo de nossa propriedade. Por cima de nossa cabeça, o céu calmo de cidade do interior.
Ao nosso lado, o pomar com aroma de flor de laranjeira. Mais acima, o roseiral de minha mãe e, mais adiante ainda, a casa com o terraço de onde eu sonhava na rede, vendo os morros azuis que rodeavam a cidade. Ali moravam os seres de contos de fadas: o unicórnio, as princesas, os anões, a Branca de Neve. Mas também Joãozinho e Maria abandonados pelo pai e pela mãe porque havia pouca comida. E assim começava o terror.
Tudo muito esquisito.
Não é preciso ser um serial killer. Pode ser o profissional que trai o amigo por ambicionar seu cargo; a mulher que calunia outra por mero ressentimento; ou simplesmente alguém querendo ver o circo pegar fogo. Embora sejamos tantas vezes bons, magníficos, altruístas, generosos, capazes do belo, até do extraordinário, algo espreita em nós, pronto para o salto, a mordida, o gosto de sangue na boca e o brilho demente no olhar. Algo que quer o sofrimento da vítima, aprecia seus gritos, tem prazer com sua humilhação: é o monstruoso que também somos. E que precisamos, a cada hora de cada dia, domesticar, controlar, sublimar.
O homem é um anjo montado num porco, disse Tomás de Aquino. O problema é que, de vez em quando, esse precário equilíbrio desanda, e aí salve-se quem puder.
Salvemo-nos.
Ponto de vista: Lya Luft
Comments:
Posted
2:41 PM by Cassiano Leonel Drum
André Petry
Crimes invisíveis
"Ninguém critica, mas há, neste momento, 33 pessoas presas na China cujo crime foi usar a internet para fins subversivos, como denunciar violações de direitos humanos"
Em setembro do ano passado, depois de discursar na tribuna das Nações Unidas em Nova York e dar uma passada no México, o presidente Lula, no trajeto de volta ao Brasil, resolveu fazer uma escala em Cuba, onde se encontrou com seu velho amigo de idéias e charutos, o ditador Fidel Castro. Na época, a visita presidencial a Cuba ganhou críticas rasgadas de meio mundo. Comentou-se que o discurso de Lula na ONU fora certeiro e sua visita ao México fora estratégica, mas a escala em Cuba fora um desastre completo. Afinal, o governo cubano acabara de executar três oposicionistas e encarcerar outros 75 cubanos cujo crime fora discordar de Fidel, uma brutalidade que mereceu repúdio público até do escritor português José Saramago, um amante do regime cubano.
As críticas à escala cubana de Lula estavam corretas, na medida em que não convém ao Brasil emitir sinais de alegre convívio com um governo que, como o de Cuba, cerceia direitos políticos, restringe a liberdade de expressão, viola direitos humanos. Enfim, um governo que desrespeita valores que a democracia brasileira faz questão de prezar.
Na semana que vem, o presidente Lula, acompanhado de uma gigantesca comitiva de empresários, desembarcará na China para uma visita de uma semana que vem sendo festejada como um dos mais adequados empreendimentos da diplomacia brasileira. E onde estão as críticas? Afinal, o governo de Pequim cerceia os direitos políticos: há oito partidos políticos legais no país, mas ninguém é tolo de achar que cumprem um papel de oposicionistas ou mesmo que poderão destronar o Partido Comunista, no poder desde a revolução de 1949. Afinal, o governo de Pequim restringe a liberdade de expressão: recentemente, os veículos de comunicação foram convidados a evitar a infiltração da ideologia ocidental na forma de trajes extravagantes e cabelos coloridos.
Um chinês está preso por ter escrito artigos pedindo independência política para os sindicatos de trabalhadores urbanos e rurais. Há, neste momento, 33 pessoas presas na China cujo crime foi usar a internet para fins subversivos, como denunciar violações de direitos humanos. A Anistia Internacional informa que, em 2002, a China fuzilou mais de 1.000 cidadãos ¿ entre eles, opositores do regime.
A diferença do tratamento que se dá a Cuba e à China explica-se em números. A China tem 1,3 bilhão de habitantes, cresce à razão de 9,5% e sua economia tem um peso descomunal no mercado mundial. Cuba, coitada, tem apenas 11 milhões de habitantes, menos do que a região metropolitana de São Paulo. Cuba, coitada, é uma ilhota falida cujo sucesso ou insucesso econômico não mexe com um nervo do mercado mundial. A diferença de tratamento, portanto, é apenas uma expressão da preponderância do consumidor sobre o cidadão. Se é para fazer negócio, não importa se estamos diante de uma ditadura ou de uma democracia. Não há nenhuma novidade nisso.
É um comportamento anterior mesmo ao processo de mundialização da economia. Só seria recomendável que quem gosta de criticar a relação brasileira com Cuba, mas gosta de elogiar a aproximação com a China, tivesse a honestidade de esclarecer sem pejo que o real problema não está na ditadura cubana, nas prisões, nas execuções, na censura, nas violações de direitos humanos. Está na sua pobreza e insignificância comercial.
Comments:
Posted
2:37 PM by Cassiano Leonel Drum
Diogo Mainardi
Abstinência da razão
"A vida pública nacional é uma mistura de hipocrisia, conchavo e acobertamento. Pior ainda é essa gente que nos governa"
Diogo Mainardi (24/3/2004)
Não sei se o desempenho de Lula é afetado pelo consumo de álcool. Pode ser que sim, pode ser que não. Não descarto inclusive que tenha um efeito benéfico sobre ele. Se Lula parar de beber, nada garante que não decrete moratória na mesma hora. O correspondente do New York Times não disse que o presidente bebe demais. Não disse que o álcool afeta seu desempenho. Não disse que essa é uma preocupação nacional. A única referência nesse sentido está contida no título da reportagem. Lula só leu a primeira linha, aquela com letras bem grandes.
O que o correspondente do New York Times disse foi apenas que alguns políticos e jornalistas começam a se perguntar se o hábito de beber do presidente não estaria afetando sua capacidade de governar. Não há nada de errado em se perguntar uma coisa dessas. Errado seria não se perguntar. Nas rodas de políticos, nas redações de jornais, em reuniões de empresários e no cineminha do Alvorada, é comum ouvir essa preocupação. Pode ser injusta, pode ser ofensiva, mas está lá, correndo à boca pequena.
Lula disse que um presidente não tem de responder a sandices como a do correspondente do New York Times. Claro que tem. Não é sandice nenhuma. Pelo contrário. Considerando que a imprensa não se cansa de retratá-lo com um copo na mão, é perfeitamente legítimo o interesse em saber quantas doses de uísque ele toma, e se isso pode prejudicar seu desempenho. Na realidade, não há nenhuma pergunta que não possa ser feita a um político. E não há nenhuma pergunta que um político possa se recusar a responder. Lula não admite isso.
Acostumou-se com uma imprensa que está sempre a seu serviço, domesticada, oferecendo cumplicidade. O espanto do presidente foi tão grande que a melhor reação que lhe ocorreu foi anular o visto do correspondente do New York Times e chutá-lo para longe do país. É a atitude mais ignóbil da história do Brasil democrático. Lula agiu como a rainha de copas de Alice no País das Maravilhas, que manda cortar a cabeça de quem a contraria.
O presidente pode deportar quem ele quiser, mas isso não altera o fato de seu consumo de bebidas alcoólicas ser um tema político relevante. Em primeiro lugar, o gosto por uma cachacinha foi usado como peça de propaganda eleitoral, reforçando sua imagem popular, contraposta à do pedante Fernando Henrique Cardoso. Ou seja, rendeu-lhe votos.
Em segundo lugar, coloca-o na mão dos políticos. Quem espalha aos jornalistas que o presidente bebeu nesta ou naquela reunião reservada são os deputados e senadores dos partidos aliados. Qual o motivo? Não seria para enfraquecer o governo e, dessa forma, forçar a liberação de emendas e a nomeação de seus apadrinhados para órgãos públicos? O copo de uísque do presidente, nesse caso, teria um preço elevado para o contribuinte.
O New York Times feriu o orgulho pátrio. Políticos e jornalistas saíram em defesa do presidente, condenando a reportagem. Os mesmos políticos e jornalistas que, em privado, trocam comentários maliciosos sobre o assunto. A vida pública nacional é uma mistura de hipocrisia, conchavo e acobertamento. Pior ainda é essa gente obtusa e truculenta que nos governa.
Guido Mantega disse que o New York Times obedece a interesses econômicos estrangeiros. Luiz Gushiken alertou contra ameaças à soberania nacional. José Genoíno sugeriu expulsar o correspondente do jornal, idéia prontamente acatada pelo presidente. Como sempre, descambamos para o nacionalismo autoritário. Como sempre, caímos na bananice. Como sempre, erramos do começo ao fim.
Comments:
Posted
8:41 AM by Cassiano Leonel Drum
Loura de luxo
Embaixadora da Dior, Angélica veste roupas caríssimas da grife e conta por que dispensou cachê milionário
Flávia Motta
Aos 30 anos, Angélica está cada vez mais em contato com um público maiorzinho. Preparando-se para estrear mais um Fama em junho e, em setembro, seu novo programa, a loura também investe no visual. Foi escolhida embaixadora no Brasil da poderosa grife francesa Christian Dior, lançou linha de jóias de borracha e se deu ao luxo de recusar R$ 1,5 milhão reza a lenda, mas a moça não confirma pela tarefa de pintar os cabelos de vermelho para um comercial.
Em 26 anos de carreira, nunca fiz nada que me agredisse. Não ia ser agora. Existem outras formas de ganhar esse dinheiro. Mas nem sei se era isso tudo mesmo, despista. Já a parceria com a Dior é puro prazer. Usava os acessórios da marca e tinha sido sondada há uns dois anos pela Rosângela Lira (diretora da grife no Brasil). Agora, que John Galliano (estilista) estava procurando dar uma cara mais jovem à Dior, ela me sugeriu, conta. Não sou obrigada a usar as roupas, isso não interfere no meu figurino na televisão. Mas tenho o privilégio de ter sempre novidades e usar Dior, que adoro, continua ela.
Nunca fiz nada que me agredisse. Fiquei me imaginando ruiva e não gostei. Existem outras formas de ganhar esse dinheiro (1,5 milhão).
Angélica, 30 anos Outra coisa que a apresentadora adora são jóias. Penso até em um dia lançar uma coleção com peças desenhadas por mim, surpreende. Enquanto o projeto não se realiza, ela comemora o lançamento de uma linha para os pés das jóias de Marzio Fiorini. Sempre gostei do trabalho dele, quando ele me propôs desenhar para mim, queria algo diferente, lembra. O novo licenciamento faz parte de uma estratégia para a mudança de público. Foram 15 anos com programa infantil. Sei que vou pagar um preço mas quero ser uma apresentadora sem rótulos. O Video Game me ajudou a migrar para os jovens de forma mais suave.
E, sobre público jovem, Angélica pode conversar em casa mesmo, com o namorado Luciano Huck, com quem trabalhou no filme Um Show de Verão e foi flagrada numa viagem romântica pela Europa, em fevereiro. Na época, a gente quis preservar outras pessoas que estavam em volta. Sei que, como artista, não vou ter uma vida tão privada assim e lido com isso muito bem. Eu me garanto. O flagra foi engraçado. Faz parte do nosso show.
Comments:
Posted
8:38 AM by Cassiano Leonel Drum
Felipe e Flamengo em crise
Maestro não se conforma com os dirigentes rubro-negros, que o impedem de jogar pela Seleção: Abro mão de muitas coisas e eles me prejudicam
Janir Júnior
Felipe. Flamengo. Seleção. Como em um triângulo amoroso, em que todas as partes envolvidas sabem dos desejos de cada um, um conflito de interesses pode abalar seriamente o relacionamento. Foi o que aconteceu. O camisa 10 e o Rubro-Negro estão em plena crise conjugal. Na manhã de ontem, depois de saber através dos jornais que, além do jogo contra a França (dia 20), também estava fora da partida com a seleção da Catalunha (dia 25), ambos amistosos, Felipe atacou o comando do futebol, responsável, através de Júnior, pelo pedido de dispensa. Em pouco minutos e muitas palavras, o clima esquentou.
Estou muito chateado com o Flamengo, pois faltou bom senso. Abro mão de muitas coisas e eles me prejudicam. Compreendo a situação dos salários atrasados e eles não me incentivam nessa hora. Eu não merecia isso, desabafou Felipe.
Apesar de a CBF ter anunciado a desconvocação no fim da tarde de quinta-feira, Felipe não recebeu nenhum tipo de comunicado da diretoria rubro-negra, e só soube da notícia na manhã de ontem, através dos jornais: Não me deram nenhuma satisfação e não vou procurar a diretoria. Sempre quem se prejudica é o jogador, nunca o clube.
A crise começou a se desenhar depois da partida contra o Santa Cruz, quando foi lançada a idéia de pedir a liberação do jogador, pois o time avançara na Copa do Brasil. Felipe imediatamente confessou que não gostaria de ser prejudicado na Seleção, segundo ele, seu maior projeto no futebol este ano. Ele já havia aceitado ficar de fora do amistoso contra a França mas, quando soube da desconvocação da partida diante da seleção da Catalunha, ficou revoltado:
Topei numa boa não jogar com a França, mas dois jogos é demais, pois nos amistosos certamente eu entraria. Contra Chile e Argentina, pelas Eliminatórias, será quase impossível.
Antes da saraivada de reclamações, Felipe chegou a entrar em campo, mas desistiu de treinar alegando dores musculares. Na saída da Gávea, visivelmente contrariado, ele voltou a admitir a possibilidade de deixar o clube no meio do ano seu contrato é até dezembro caso receba uma proposta da Europa. Seria bom, resumiu.
Abel Braga: Parceiro, o Felipe chutou o balde, é?
A pergunta feita ao assessor de imprensa resumiu a preocupação do técnico. Quando vi tanta gente, pensei: aí tem m..., disparou Abelão.
Felipe ficou ainda mais irritado quando foi questionado se a queda de rendimento nas últimas partidas está relacionada à desconvocação: Sou profissional e vou continuar assim. Sempre me esforço, mas no meu contrato não tem nada dizendo que eu tenho que jogar bem.
O jogador preferiu não interferir no episódio. Se a diretoria deixasse eu decidir o que fazer, eles me colocariam contra a torcida, completou Felipe, ciente de que uma crise conjugal com os torcedores seria ainda mais grave.
Comments:
Posted
8:33 AM by Cassiano Leonel Drum
Jorge Furtado
15/05/2004
Felizmente alguns continuam sóbrios
Estou escrevendo na quinta, 13 de maio, são 10h20min. Você está lendo no sábado e espero que a essa altura o Lula não só já tenha voltado atrás na expulsão do jornalista americano como já tenha inventado uma boa piada sobre o assunto.
O presidente acorda no jardim-estrela do Alvorada, tira uma pétala vermelha da boca e fala ao celular: "Sou eu. (...) Como é que é?(...) Expulsei da mesa? (...) Do país?! (...) Eu expulsei um jornalista do país?! Onde? Que horas? (...) Eu o Zé não viu isso? (...) Pelo amor de Deus! Com que roupa eu estava?"
A matéria do New York Times é ridícula e equivocada, seria ótimo se os hábitos de Lula fossem uma "preocupação nacional", não são. As preocupações nacionais são muito mais sérias, o desemprego, a violência, os juros, o meio de campo do Grêmio e quem matou Lineu. Felizmente alguém continua sóbrio por aqui. O Alberto Dines (www.observatoriodaimprensa.com.br) disse o que há para ser dito sobre a tal matéria, com suas "fontes seguras": Brizola, Cláudio Humberto e a coluna de humor do Diogo Mainardi, na Veja.
O New York Times errou mais uma vez, os americanos nunca foram tão mal informados como são no governo Bush. Ele não bebe faz tempo e também expulsou um jornalista iraquiano dos EUA. Mas que expulsar jornalistas parece coisa de bebum, isso parece. E não tem graça nenhuma.
O leitor Antonio Xavier Balbé, jornalista e revisor de textos, reparou meu erro por aqui, ainda bem que alguém está prestando atenção. Eu disse (pior, escrevi) que achei estranho o governo Bush atacar o Iraque para vingar um atentado feito por terroristas árabes sediados no Afeganistão. Ele lembra que os iraquianos (que, não esqueça, não tinham nada a ver com o atentado) também são árabes. Ou pelo menos eu acho que são. O Houaiss diz que árabes são os povos semíticos que habitam a península Arábica, no Sudoeste da Ásia, entre o mar Vermelho e o golfo Pérsico. Confesso que se eu tivesse que bombardear crianças árabes enquanto elas estão dormindo não saberia distinguir as iraquianas das sauditas, até porque criança não usa bigode.
Se você, como eu, não sabia quase nada sobre a história dos povos árabes, vai gostar muito de A História do Mundo em Quadrinhos: A Ascensão do Mundo Árabe e a História da África, de Larry Gonick. Ele é um mestre em matemática formado em Harvard com glórias acadêmicas que acabou virando cartunista de não-ficção. Sua série História do Mundo, lançada agora no Brasil pela Editora Jaboticaba (www.editorajaboticaba.com.br) foi eleita pelo Comics Jornal uma das cem melhores do século (ao lado de Maus, Watchmen, Gen, Palestina, o Batman do Frank Miller e outras obras-primas).
Tenho certeza de que você vai adorar e querer me agradecer por ter recomendado o livro e desde já eu agradeço o agradecimento, para ganhar tempo. Estou com pressa. Vou deixar de cometer erros por aqui nos próximos meses, por motivos profissionais. Até a volta. Saúde!
jorge.furtado@zerohora.com.br
Comments:
Posted
8:31 AM by Cassiano Leonel Drum
Paulo Sant'ana
15/05/2004
Ponto de vista dos postos
Recebo do Sulpetro, sindicato que reúne os postos de gasolina de Porto Alegre, algumas razões para os preços dos combustíveis que são cobrados em nossa cidade. Como em tantas colunas só focalizei o interesse dos consumidores, ofereço o contraditório por igualdade e justiça: "No Brasil, em mais de 70 anos, só houve dois sistemas de preços de combustíveis: 1) preços fixados pelo governo, que controlava as variáveis de custo e remunerava cada atividade.
Durou até 1996, sendo o último preço R$ 0,55. A remuneração da revenda representava 17,5% do preço, equivalente na época a 10 centavos de dólar; 2) preços livres, sistema imposto a partir de 1996, sem limitações aos agentes e cuja teoria supõe que a livre concorrência regulará o mercado, independentemente das atitudes dos participantes. Para tanto é vedado qualquer tipo de indicação ou critério sugerido por quem quer que seja".
Prossegue: "Composição do preço: gasolina C 0,6725 (33%), tributos federais 0,4127 (20%), ICMS 0,6013 (30%) fretes, distribuidora e revenda 0,3675 (18%). Percentagens do preço médio cobrado do público de R$ 2,054, apontado pela ANP na última publicação. Ao falar-se de preço justo, intui-se que cada um dos agentes, refinaria, federação, Estado, companhias e postos, está sendo adequado em cobrar sua parte. Ninguém poderia dizer que é justo o Estado, cuja alíquota legal é de 25%, cobrar 30%. Entretanto o Estado estabelece como base de cálculo do ICMS o preço final de R$ 2,40, presumindo uma margem de R$ 0,71 a ser compartida entre distribuidoras e postos.
Muito longe da realidade. Quem analisou se as margens gozadas pelas distribuidoras são justas? A margem da revenda, muito mais complexa, mais específica a cada situação individual e muito mais passível de abalar a sobrevivência de uma empresa, tem sido objeto de análises que utilizam parâmetros distantes da realidade da média da venda dos postos da Capital, cerca de 125 mil litros mensais por cada posto, aí incluídos álcool e diesel, com fatais resultados distorcidos. O revendedor honesto, paciente diário de assaltos, inadimplência e concorrência desleal e ilícita, atento até a paranóia a um mercado nervoso e reativo, eis que qualquer atraso em acompanhá-lo poderá causar-lhe prejuízos, vê-se envolvido por acusações generalizadas e talvez precipitadas. Cartel e abusividade são conceitos jurídicos complexos, merecedores de análise criteriosa por poderes competentes.
Nos EUA, após 80 anos de mercado livre e milhares de precedentes, ainda são objeto de discussões nas cortes de Justiça. O revendedor honesto precisa ser preservado, porque sua desaparição dará lugar aos adulteradores e sonegadores e à concentração do mercado na mão de grandes grupos, gerando desemprego e os resultados que levaram o mercado europeu a pagar 1,20 euro (mais de R$ 4) por litro. Agradecemos o espaço oferecido, importante porém exíguo para a complexidade dos temas. Anexamos, em primeira mão, texto mais amplo que pretendemos distribuir, colocando-nos ao dispor para esclarecimentos e detalhes. (ass.) Pela diretoria do Sulpetro, Antônio Gregorio Goidanich, presidente".
psantana.colunistas@zerohora.com.br
Comments:
Posted
8:29 AM by Cassiano Leonel Drum
Clima
O outono se apresenta aos gaúchos
Massa de ar polar trouxe chuva, vento e frio, como demonstra o bebê bem agasalhado em Rio Grande (foto Eduardo Beleske, especial/ZH)
Comments:
Sexta-feira, Maio 14, 2004
Posted
11:04 PM by Cassiano Leonel Drum
O enigma de Homero
Diane, como Helena: o poeta era um cavalheiro
Frustração é o destino de qualquer historiador que se especialize na obra do grego Homero. Primeiro, porque nem é possível afirmar categoricamente que ele tenha existido. Depois, porque os eventos que relata na Ilíada e na Odisséia os textos sobre os quais se assentam as fundações da civilização ocidental são de comprovação tortuosa. As hipóteses mais prováveis indicam que Homero viveu no século 8 a.C., e que fez a Odisséia muito depois de ter completado a Ilíada, rememorando fatos que teriam acontecido cerca de 500 anos antes, no fim da Idade do Bronze.
Ou seja, não há como garantir que a Guerra de Tróia seja real, ou que tenha se passado da forma descrita. Não que isso importe. Homero é essencial não como historiador, e sim, digamos, como inventor da história. Da profundidade com que ele enxerga a condição humana a arquétipos como o rapto da donzela e a volta para casa o tema da Odisséia , tudo o que somos ainda hoje está contido e iluminado em sua obra, e não seria exagero dizer que, em boa medida, ela nos moldou.
Por isso, apesar de seus quase três milênios de idade, os poemas mantêm intacto o poder de influenciar o pensamento ocidental. Fosse seu autor quem fosse. Só uma coisa parece certa na biografia de Homero ele era um legítimo cavalheiro. Afinal, é improvável que só o lindo rosto de Helena tenha causado tamanha bagunça. Algum outro segredinho ela devia ter.
Comments:
Posted
10:58 PM by Cassiano Leonel Drum
Economist e FT lamentam gesto brasileiro
14 de Maio de 2004
As duas publicações mais respeitadas e prestigiosas da Inglaterra criticaram o governo do Brasil nesta sexta-feira. Em suas novas edições, a revista The Economist e o jornal Financial Times classificaram de equivocada a reação de Luiz Inácio Lula da Silva à publicação da polêmica reportagem do jornal The New York Times sobre o consumo de bebidas alcoólicas pelo presidente.
Para a Economist, as dúvidas sobre a habilidade de Lula no governo não têm relação com os comentários sobre o hábito de beber - sua resposta ao Times, no entanto, "imitou a forma de as ditaduras lidarem com seus críticos e o transformou de vítima em agressor". Segundo a revista inglesa, lida por personalidades influentes no mundo todo, a atitude do presidente é "triste".
A Economist destaca ainda a "ironia" da situação, já que Lula foi perseguido pelo regime militar no Brasil, e diz que o texto do jornalista Larry Rohter não teria tanta repercussão se a reação não fosse tão desastrosa. "É uma história embaraçosa que, em outra situação, teria sido esquecida", afirma a revista. "A expulsão levanta mais dúvidas sobre Lula do que a reportagem."
Na avaliação do Financial Times, a reação de Lula transformou um caso iniciado "com uma reportagem ridicularizada por quase todo mundo" em um "incidente diplomático". Classificando a expulsão de Larry Rohter do país de "um tiro no pé" do governo, o influente jornal inglês destaca que o governo foi acusado de ser paranóico, incompetente e autoritário demais em todo o caso.
Justiça - O New York Times, por sua vez, não publicou novas reportagens sobre o episódio. Na última vez que se pronunciou a respeito do caso, o jornal americano informou, através de uma nota emitida à imprensa, estar "satisfeito" com a decisão da Justiça do Brasil de permitir a permanência do jornalista no país. O Times diz apostar na reversão da expulsão do repórter.
Comments:
Posted
10:46 PM by Cassiano Leonel Drum
Tiro no pé
Governo exagera na reação, não atende a apelos por recuo, é chamado de autoritário e perde a razão na briga com jornal americano
Sônia Filgueiras e Weiller Diniz
Colaboraram: Eduardo Hollanda e Fernando F. Kadaoka
Desde que pisou no Palácio do Planalto, o presidente Lula nunca havia experimentado uma unanimidade nacional. Conseguiu na terça-feira 11. Todo o País, inclusive a oposição mais sedenta, se solidarizou com o presidente numa saraivada de adjetivos contra a reportagem do jornal The New York Times, que afirmava ser uma preocupação nacional o suposto gosto de Lula por bebidas alcoólicas. Mas, em questão de horas, Lula passou de vítima a algoz, ao recorrer a um capítulo da Lei dos Estrangeiros criado na ditadura militar para expulsar o autor do texto, Larry Rohter. Irritadíssimo e sentindo-se ofendido, Lula teve o apoio dos ministros Luiz Gushiken (Secretaria de Comunicação) e Celso Amorim (Relações Exteriores) e do porta-voz da Presidência, André Singer.
Foi a primeira vez que um governo democrático utilizou a enrugada lei para banir do País uma pessoa tida como inconveniente. O mundo condenou duramente o governo brasileiro e as possíveis ameaças à liberdade de imprensa. Lula teve ainda de amargar a decisão do Superior Tribunal de Justiça de manter Rohter no Brasil, na quinta-feira 13, ao dar um salvo-conduto para o repórter.
Gushiken e Dirceu ajudaram a espalhar a brasa, ao apoiarem expulsão de jornalista
O exagero da medida alvoroçou o País, paralisou o Congresso e levou ao stress os aliados do governo. Tudo começou no sábado 8, quando chegou às bancas a edição dominical do jornal americano com a reportagem assinada por Larry Rohter insinuando que Lula exagerava na ingestão de bebidas. O presidente nem tinha lido a reportagem.
Somente na segunda-feira 10 tomou conhecimento de uma nota-resposta feita à sua revelia pelo porta-voz, André Singer, e aprovada pelo ministro Luiz Gushiken no dia anterior. Chamou a seu gabinete o assessor de imprensa, Ricardo Kotscho, Singer e Gushiken para reclamar da divulgação da nota sem que ele fosse consultado. Singer lhe mostrou o texto numa leitura dramatizada. O presidente ficou irritadíssimo e acabou achando a nota suave demais. Exigiu respostas mais enérgicas. Na terça-feira 11, Lula teve nova reunião com Gushiken, Singer e Kotscho para discutir o assunto.
Mas, dessa vez, o encontro foi reforçado pelos ministros José Dirceu (Casa Civil) e Celso Amorim (Relações Exteriores), pelo advogado-geral da União, Álvaro Ribeiro e pelo secretário particular, Gilberto Carvalho, além do ministro da Justiça interino, Luis Paulo Teles Barreto. Antes, o presidente já havia disparado telefonemas a todos os presentes pedindo sugestões de providências contra a reportagem, baseada em fontes duvidosas para afirmar o suposto pendor alcoólico presidencial. Foi o chanceler Amorim quem serviu o maior cardápio de opções, entre elas a expulsão.
A área jurídica do governo discordou, preferindo orientar o presidente a mover um processo judicial. Eu não posso esperar. Quero mandar esse cara para fora do País. Quero cassar o visto, sentenciou Lula, enfurecido. É um tiro no pé. Ele é casado com uma brasileira e pode ter um visto permanente, ponderou o ministro Teles Barreto. A decisão está tomada, reagiu Lula, batendo na mesa. Também foram contrários à expulsão o jornalista Ricardo Kotscho e Gilberto Carvalho, mas José Dirceu (banido do País na ditadura), Celso Amorim, Singer e Gushiken insuflaram a expulsão.
O ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, em viagem à Suíça, foi apenas comunicado da decisão e não gostou. Depois avaliamos, respondeu Bastos ao ser informado dos fatos por seu interino. Já apanhei muito, tenho o couro grosso como o de tatu. Mas não admito mexer com minha honra e a da minha família, esbravejou o presidente, revelando um dos pontos mais incômodos da reportagem a referência a supostos problemas de seu pai. O sr. da Silva nasceu em uma família pobre em um dos Estados mais pobres do País e passou anos como líder de sindicato, um ambiente conhecido pelo uso de álcool.
Seu pai Aristides, que ele pouco conheceu e que morreu em 1978, era um alcoólatra que abusava de seus filhos, escreveu o jornalista. Se eu recuar, perco o respeito por mim mesmo. Não me importo que falem de minhas gafes, mas com minha família não posso recuar, desabafou Lula aos líderes do Senado que tentaram, em vão, convencê-lo a retroceder na expulsão do jornalista na manhã de quinta-feira.
Comments:
Posted
6:53 AM by Cassiano Leonel Drum
Para gregos e troianos
Megaprodução de 250 milhões de dólares, o empolgante Tróia recria a sangrenta batalha com Brad Pitt na pele de Aquiles
Zean Bravo
Para boa parte da população feminina do planeta, Brad Pitt já é um deus. Ainda mais agora que surge com espada em punho, armadura e saia de couro na pele do guerreiro Aquiles em Tróia, superprodução de 250 milhões de dólares, que chega hoje às salas de projeção de todo o mundo. Mais forte consta que as coxas do ator foram dubladas por serem finas demais , ele empresta seu carisma ao personagem, e mostra que foi a melhor escolha do diretor alemão Wolfgang Petersen (de Mar em Fúria) para o papel do semideus.
Não precisei de muito para convencê-lo. Ao saber que Brad estava interessado, fiz um teste de resistência alemã. Levei-o para um restaurante alemão e o fiz comer e beber muitas cervejas, brincou o diretor, ontem, no Festival de Cannes, na França.
Adaptado do clássico poema de Homero, Ilíada relato sobre o que teria sido a guerra de 10 anos entre gregos e troianos Tróia transforma o episódio num bom filme de entretenimento para grandes massas, com cenas sensacionais de batalhas. Tudo enche os olhos, da recriação de época à beleza do elenco Helena, uma das mais belas fêmeas da história, é feita pela louríssima e também lindíssima ex-modelo Diane Krueger.
Mas nem tudo é de verdade. Há computação gráfica em seqüências como a dos mil barcos com os 50 mil soldados gregos. Figurantes virtuais reagem do jeito que a gente quer. Uma pessoa de verdade com muita massa e pouco cérebro acaba estraçalhando o outro guerreiro antes do tempo, explica o diretor.
No filme, Peterson mostra a ambição do grego Agamenon (Brian Cox), rei de Micenas, que usa a traição de Helena, mulher de seu irmão Menelau (Brendan Gleeson) como pretexto para invadir a cidade de Tróia, cercada por suas muralhas. É para lá que o príncipe Páris (Orlando Bloom, de O Senhor dos Anéis) leva a bela depois de roubá-la do marido. Aquiles detesta Afgamenon, mas segue com a tropa grega. O guerreiro não está interessado em defender nenhuma bandeira: ele quer a glória de ver seu nome ficar para a posteridade. E consegue. O dono do frágil calcanhar trava lendária disputa com o príncipe de Tróia Heitor (Eric Bana, de Hulk), irmão de Páris. Realmente imagens para ficar na memória.
Não só galã
Depois de seduzir uma carente Geena Davis em [/TEXTO]Thelma & Louise, de 1991, Brad Pitt começou a fazer diferença em Hollywood. Nascido em Shawnee, Okhlahoma, William Bradley Pitt largou a faculdade de Comunicação para tentar a sorte na Califórnia. Trabalhou como motorista, carregador e até se vestiu de galinha para promover uma rede de fast food, antes de fazer pontas no cinema. Apesar de ter a beleza explorada em todos os ângulos, como no arrastado Lendas da Paixão, Brad não se acomodou como galã. Em 95, foi indicado ao Oscar de melhor ator coadjuvante por Os Doze Macacos, e costuma alternar personagens galãs (Seven, Encontro Marcado e Entrevista com o Vampiro) com outros fora dos padrões (Clube da Luta e Snatch). Depois de Tróia, ele estará em dois novos filmes: Doze Homens e um Segredo, continuação de Onze Homens e um Segredo e Mr. and Mrs. Smith, com Angelina Jolie.
Jennifer queria que eu voltasse de saia pra casa
Sabe aquela historia de dormir com uma mulher produzida e no dia seguinte acordar com uma bruxa manchada de maquiagem? O cinema tem um pouco disso: você vê o ator na tela e ao vivo é outra coisa. Então, sem firulas ou pudores: Brad Pitt é bonito sim a ala masculina pode espernear o quanto quiser , faz o gênero simpático e tem voz muito mais grave ao vivo. Só não dá para dizer que o americano, aos 40 anos, é tudo o que aparenta no cinema porque está com corte de cabelo curto demais e, com o dinheiro que tem, poderia fazer um tratamento para ficar com pele de porcelana. Detalhes para quem levou 27 milhões de dólares, parou de fumar e malhou como louco para fazer Tróia.
Mas tirando os seis seguranças que inspecionaram a sala de imprensa da coletiva de lançamento do filme, ontem, na 57ª edição do Festival de Cannes, na França, Brad Pitt fez questão de mostrar que não é o arrogante semideus Aquiles do longa de Wolfgang Petersen. Bem-humorado, fez média, e garantiu que Aquiles não era gay. Depois da coletiva, fez a multidão que se aglomerava na porta do Palais des Festivals, onde seria exibido o épico, gritar ate a garganta ficar seca, valendo até subir em árvore para ter uma visão mais privilegiada do astro de Hollywood que chegava pela primeira vez a Cannes.
Brad furou o bloqueio da polícia francesa e chegou perto dos fãs. Estava acompanhado da mulher, a magra, escovada e linda Jeniffer Aniston, de Friends. Bonito e fazendo o gênero familia.
O DIA Aquiles justifica seus atos pois quer ser lembrado no futuro. Acha que seu nome vai ultrapassar os tempos?
BRAD PITT:Tudo acaba e vou ser esquecido. Aproveito enquanto posso.
- Tróia é a história de um massacre. Pode-se comparar com as guerras de hoje?
- Não. O que me interessou nessa tragédia foi como conseguimos sobreviver a tanto ódio e chegar até hoje.
- Gosta de história?
- Sim. Os acontecimentos estão lá para a gente aprender através deles.
- O que acha das mulheres gregas?
- O que tenho a dizer é que a minha mulher adorou o figurino. Disse para eu levar minha saia para casa.
- A relação entre Aquiles e o primo Patrick não poderia ser homossexual?
- Naquele tempo o homossexualismo era encarado de forma normal. Nós mostramos que eles tiveram uma relação fraterna. O filme pretendia tratar de outros temas.
- Qual foi a cena mais difícil?
- A luta entre Aquiles e Heitor foi exaustiva.
- Tróia pode gerar onda de filmes sobre a Grécia?
- Pode ser, mas eu já tô legal de usar saia.
Comments:
Posted
6:42 AM by Cassiano Leonel Drum
Justiça contraria o presidente
Ministro do STJ concede a correspondente do New York Times habeas corpus provisório, que garante a ele direito de ficar no País
O senador Sérgio Cabral Filho (PMDB-RJ) aprovou a decisão do ministro do Supremo Tribunal de Justiça Francisco Peçanha Martins
RIO E BRASÍLIA - Apenas 48 horas depois de o Governo Lula ter decidido cancelar o visto de trabalho do jornalista norte-americano Larry Rohter, correspondente do jornal The New York Times no Brasil, o ministro Francisco Peçanha Martins, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), concedeu ontem um salvo-conduto a ele, dando-lhe o direito de ficar no Brasil e de exercer a profissão. O ministro foi o relator de habeas corpus movido pelo senador Sérgio Cabral (PMDB-RJ) em favor de Larry, autor da reportagem sobre o suposto hábito de consumir bebidas alcoólicas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
No Você é o Juiz que o DIA promoveu, leitores e internautas do DIA Online acharam em grande maioria que o presidente Lula agiu certo ao expulsar o jornalista americano. Essa foi a opinião de 2.835 pessoas (61,8%). Outras 1.752 (38,2%) discordaram da atitude do presidente.
Com a liminar da Justiça, fica suspenso, ao menos temporariamente, o ato do Ministério da Justiça na terça-feira. No despacho, de duas páginas, Martins referiu-se várias vezes à Constituição para conceder a salvaguarda, e sinalizou que é contra a determinação do Poder Executivo de declarar sem efeito o visto. A decisão valerá até que integrantes da 2ª Turma do STJ julguem o mérito de um pedido de habeas corpus movido pelo senador Sérgio Cabral (PMDB-RJ).
Mas, no entendimento do ministro interino da Justiça, Luiz Paulo Barreto, a liminar não suspende o cancelamento do visto. O que aconteceu foi uma simples medida cautelar, muito comum em direito, segundo a qual, quando um juiz, no caso um ministro, toma conhecimento de um fato, deseja tomar esclarecimentos mais detalhados a respeito do assunto, explicou Barreto. Diante da situação, acrescentou o ministro, o que o STJ fez foi solicitar informações. A decisão do Governo, porém, continua prevalecendo.
Se o jornalista, que está fora do País, desembarcar amanhã no Brasil, nada acontecerá a ele, garantiu Barreto. Ele apenas será notificado pela Polícia Federal. Aí começará a contar o prazo de oito dias, explicou.
Nota divulgada pela assessoria de imprensa da Advocacia-Geral da União revela que a AGU não vê razão para recorrer da concessão de salvo-conduto. Isso porque não há decisão, diz a nota.
O ministro Luiz Gushiken, da Secretaria de Imprensa, disse que o Governo não se sentiu derrotado com a decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ) de conceder salvo-conduto ao repórter Larry Rohter. Em almoço com 10 correspondentes estrangeiros, Gushiken admitiu falhas do Governo no atendimento à imprensa e refutou a comparação entre o Brasil e os regimes comandados por Fidel Castro (Cuba) e Robert Mugabe (Zimbábue). Gushiken garantiu que não haverá cerceamento à liberdade de imprensa. O jornal The New York Times se disse satisfeito ontem com a decisão do Superior Tribunal de Justiça de conceder liminar.
Pela manhã, o presidente Lula havia afirmado aos líderes aliados do Senado e ao presidente da Casa, José Sarney (PMDB-AP), que revogaria a decisão de cancelar o visto de Larry Rohter se houvesse clara retratação do jornal ou do repórter. Lula frustrou a expectativa dos senadores, que acreditavam na revisão da medida ainda ontem. Na reunião, o ministro José Dirceu (Casa Civil) fez a mais enfática defesa do ato dizendo que o Estados Unidos precisam entender que o Brasil não é uma republiqueta.
Comments:
Posted
6:36 AM by Cassiano Leonel Drum
Bancos
Bradesco, Itaú e Unibanco lucram 22,3% mais no trimestre
Cobrança de tarifas sobre serviços sustenta boa parte dos ganhos das três maiores instituições privadas brasileiras
São Paulo
O lucro líquido dos três maiores bancos privados do país - Bradesco, Itaú e Unibanco - aumentou 22,3% no primeiro trimestre deste ano, na comparação com igual período de 2003.
Juntas, as três instituições lucraram R$ 1,76 bilhão de janeiro a março deste ano. Divulgado ontem, o balanço do Unibanco no período revelou lucro líquido de R$ 276 milhões, resultado 26,6% superior ao de igual período de 2003.
- Seja qual for o desempenho da economia, os bancos continuam ganhando muito dinheiro - afirma Erivelto Rodrigues, da consultoria Austin Asis.
Boa parte deste ganho está na cobrança de serviços. A receita com tarifas, taxas de administração de recursos, cartões de crédito e outros serviços bancários, por exemplo, aumentou 21,6% de janeiro a março, em relação a iguais meses de 2003. A receita das operações de empréstimos a empresas e consumidores cresceu 12,6% e chegou a R$ 7,22 bilhões.
Na avaliação de Rodrigues, o spread (diferença entre a taxa paga aos aplicadores e a cobrada dos tomadores de empréstimos) dos bancos brasileiros está entre os mais altos do mundo, e as instituições têm conseguido elevar os ganhos com a cobrança de tarifas.
Segundo a Austin Asis, em 1994, quando o real foi criado, as receitas com tarifas representavam 40% da folha de pagamentos do setor. Agora, são acima de 100%. Ou seja, são suficientes para pagar todos os funcionários e ainda trazem ganho extra. Rodrigues diz que a receita de serviços corresponde a 150% da folha de pagamentos do Itaú e do Unibanco e a 110% da do Bradesco:
- A cobrança de tarifas é uma receita importante para os bancos, que deixaram de ganhar com a inflação. E essa importância pode aumentar ainda mais, já que os bancos ainda não começaram a cobrar pelas operações feitas pela Internet.
É verdade, para este setor entra Govêrno e sai Govêrno e nunca há crises.
Comments:
Posted
6:32 AM by Cassiano Leonel Drum
Gabriel Moojen
14/05/2004
Aquele abraço
Alô moçada da favela, todo mundo da Portela, aquele abraço... O Patrola já me deu, graças a Deus, régua e compasso... Quem sabe de mim sou eu... Aquele abraço.... A você que me escreveu... Aquele abraço... Todo mundo de Porto Alegre naquele passo... Meu caminho pelo mundo, eu mesmo faço...
Galera da Zero Hora, Ticiano, Mari, Roger, Fernanda, um grande abraço... Alice Urbim, Raul Costa, Joice Bruhn, Mauren Motta, Laura Medina, Eduardo Rezende, não sei o que faço... A quem me encontra na rua... Aquele abraço.
Para minha namorada Juliana, aquele amasso... Meus irmãos, meu pai, minha mãe, um grande passo... Meus amigos João Felipe, Felipe, Emerson, Diogão, Ram... Aquele abraço.
Tô pronto, tô indo, saindo de mansinho que é para não me machucar.
Tem que chegar chegando, no sapatinho, um tapinha não dói...
Quando a gente sai, de toda maneira, tem que avisar. E dizer que sem nós eu não sou ninguém.
Esta é minha coluna de despedida do Patrola. Agora para valer. Na semana que vem, apresento o Ico, e tchau, good-bye, auf Wiedersehn.
Estou agora feliz como se estivesse para nascer, lúcido como se estivesse para morrer, porque nesse exato momento deixo para trás um sonho construído, uma idéia que surgiu na cabeça e que não tem explicação. Peço permissão para expor aqui todos os meus sentimentos.
Gratidão: a todos que me fizeram grande. Que colaboraram com meu trabalho - câmeras, motoristas, técnicos. Professores que me ensinaram, gente que me criticou.
Coragem: eu estou vestido com as roupas de Jorge. Para que meus inimigos tenham olhos e não me vejam.
Esperança: o caminho do risco é o sucesso.
Confiança: o público que me fala nas calçadas, que me fez ver o que fiz e o que posso.
A todos: arranca um pedaço de mim que tem você!!!!
É assim que me sinto. Foi essa a maneira que encontrei para repartir o começo de um novo ciclo.
Rei morto, rei posto. Viva o rei! Viva eu, viva tu, viva o rabo do tatu.
A gente se encontra, com certeza, pelas esquinas da vida.
gabriel@rbstv.com.br
Comments:
Posted
6:30 AM by Cassiano Leonel Drum
Mauren Motta
14/05/2004
Os mestres
Minha paixão pelas artes começou cedo. Quando tinha sete anos, fui estudar em uma escolinha chamada A Capela. Naquele tempo, minhas tardes eram preenchidas com pincéis, telas e tintas. Poderia ficar horas ali, aprendendo os ensinamentos da doce professora Gessy. Paralelamente, ouvia falar muito das histórias de um tio-avô emprestado. Tive a sorte de ter o grande mestre Iberê Camargo na família. Nas férias de julho, as visitas ao Rio de Janeiro eram sempre mágicas graças à Tia Maria.
A prima de minha avó era musa e mulher dele. O apartamento cheio de quadros e com cheiro de tinta me encantava. A pouca idade me impedia de compreender a grandiosidade de suas obras. Só mais tarde fui saber que ele era um dos maiores pintores brasileiros de todos os tempos. A figura alta e de sobrancelhas grossas me causava uma mistura de medo e respeito.
Já adulta, outros mestres cruzaram pelo meu caminho. Carlos Wladimirsky me fez criar sem limites. Nessa época, o que mais gostava de usar era giz pastel seco sobre papel. A querida Carmem Morales me mostrou as artes de uma forma diferente. Eu e minhas colegas do Atelier Livre criávamos obras coletivas. Trabalhos em grandes dimensões e com muita tinta acrílica.
Uma viagem pra estudar em Florença, na Itália, mudaria a minha percepção do mundo das artes. Entre uma aula e outra, ia conhecendo e me aprofundando cada vez mais. O curso de história da arte me fez entender um pouco mais a vida. Da minha sala de aula, no subsolo de um prédio datado de 1890, conhecia um mundo mágico colorido que ia muita além dos limites da tela. A professora sul-africana contava através de milhares de slides todos os capítulos da história da arte contemporânea.
A partir desse curso, elegi os meus artistas preferidos. Popistas como Andy Warhol e Roy Lichtenstein deixaram o mundo mais divertido. Jackson Pollock, com seu processo frenético/criativo, trouxe mais ação a uma arte que parecia estática aos meus olhos. Entretanto, o mais louco ou genial de todos eles, na minha modesta opinião, sempre foi Salvador Dalí. O catalão de bigodes longos e enrolados me fascinou com suas obras surrealistas, a distorção das formas e a criatividade infinita. Dalí costumava chamar seus trabalhos de "fotografias dos sonhos pintadas á mão".
Dalí era um apaixonado. Amava a vida e sua esposa, Gala. A paixão dele por sua musa sempre me amoleceu o coração. E é justamente essa emoção toda que Dalí sempre carregou consigo, desde os seis anos de idade, quando vendeu seu primeiro trabalho. Nesta semana, o gênio estaria completando 100 anos. Obrigada a todos os mestres que clarearam o meu caminho.
Comments:
Posted
6:27 AM by Cassiano Leonel Drum
Paulo Sant'ana
14/05/2004
A tática da desforra
Há tempo não se assistia a uma repercussão tão grande na imprensa sobre um só assunto como a que está ocorrendo agora com a reportagem do The New York Times sobre o presidente Lula.
Todos os jornais do país gastaram ontem metade de sua edição com o caso.
Eu só faço uma pergunta: se Lula não tivesse expulsado do Brasil o jornalista norte-americano, autor da reportagem, como estaria o clima para o governo brasileiro?
Não tenho dúvida de que estaria péssimo. Porque o ataque da reportagem causou danos profundos à imagem de Lula e do governo brasileiro.
Notem então que a reação de Lula foi estratégica. Basta que se recorde o que aconteceu com o escândalo Waldomiro Diniz.
No auge da repercussão de um assessor importante do governo envolvido com propinas do jogo eletrônico, o que fez Lula?
Decretou o fechamento dos bingos e dos caça-níqueis. Ou seja, mudou totalmente o foco da discussão, tentando demonstrar que não havia comprometimento do seu governo com os jogos de azar, tanto que acabava com eles.
Agora, o governo Lula usou a mesma tática: se demonstrasse leniência com a difamação contida na reportagem do New York Times, não resta qualquer dúvida de que a imagem de Lula restaria completamente enfraquecida.
A decisão de governo foi mudar o foco da discussão: toda a polêmica desviou-se do prumo do hábito de bebericar de Lula e do salário mínimo e passou para o plano da liberdade de imprensa.
Há um cérebro no governo que convence Lula de que, quando se sentir acuado, deve imediatamente partir para a desforra bombástica: foi assim com Waldomiro Diniz e exatamente igual se tornou agora com o jornalista Larry Rohter.
Se antes se discutia se Lula bebia ou não, agora passa-se a discutir se é atentado à liberdade de imprensa expulsar jornalista estrangeiro ou não.
E quem é que hoje ainda fala no país sobre o escândalo Waldomiro Diniz? Ninguém mais. A imprensa não dedica uma só linha ao caso.
No entanto, a repercussão sobre o fechamento dos bingos dominou a imprensa durante mais de 40 dias e ainda tem muito que prosperar.
Assim começou a ser durante os últimos três dias: entra para a penumbra do esquecimento a injúria sobre a beberagem de Lula e assume as luzes da ribalta a questão sobre se foi ou não um ataque à liberdade de imprensa a expulsão do jornalista.
Além disso, apesar do desgaste que lhe está causando a expulsão, o ato revelou uma indignação de Lula à altura do ataque que sofreu na reportagem.
Se Lula não tivesse tido a energia da expulsão, mesmo que nela estivesse contida a prepotência da vítima poderosa que se atira à vingança, a atmosfera psicológica que reinaria é de que Lula não reagira à ofensa porque admitia o seu conteúdo.
Assim, criando um fato novo, Lula e seu governo podem respirar mais livremente.
É muito mais fácil se defender da acusação de autoritário do que da de alcoolista.
E, no final de tudo, se Lula realmente bebia como a reportagem registrou, o jornalista norte-americano pode acabar fazendo um bem para o governo e para o Brasil: com este susto, vai ter que parar de beber.
psantana.colunistas@zerohora.com.br
Comments:
Posted
6:25 AM by Cassiano Leonel Drum
Governo Federal
500 dias em busca de um rumo
Lula divulga medidas positivas para tentar reverter desgaste
ALEXANDRE ELMI
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva completa hoje 500 dias no comando do Palácio do Planalto com uma coleção de desgastes. Sem forças para romper as amarras da política econômica e desnorteado pelas críticas, Lula se aproxima da metade do segundo ano de mandato ainda em busca de rumo.
A ordem para expulsar o correspondente do The New York Times no Brasil Larry Rother, autor de uma reportagem sobre supostos excessos de Lula no consumo de álcool, foi mais uma decisão atrapalhada do governo do PT em Brasília. O Superior Tribunal de Justiça (STJ) revogou liminarmente a medida ontem, tornando inócua a deliberação. Com a decisão de expulsar Rohter, o presidente confirmou que está impaciente com os obstáculos do caminho. Em reunião ministerial no dia 23 de abril, Lula soqueou a mesa para cobrar dos ministros mais gastos e ação.
A pressa tem levado o presidente a anunciar medidas que ainda não foram completamente definidas por sua equipe. Em 26 de abril, Lula prometeu como "boa notícia" a correção da tabela do Imposto de Renda. A Receita Federal tinha apenas estudos embrionários sobre o reajuste. Aliado de primeira hora do presidente Lula, o governador Germano Rigotto está decepcionado com anúncios do Planalto que não se confirmam.
- Do anúncio à efetivação daquilo que foi anunciado tem uma distância muito longa. É um dos problemas mais sérios do atual governo federal, levando-o ao desgaste - afirma Rigotto.
Ontem, o presidente utilizou a reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social para anunciar medidas que amenizassem a errância do governo. Três dos oito pontos da agenda positiva (veja quadro na página 4) - ampliação do recrutamento das Forças Armadas, verbas para conserto de estradas e mudança nas regras do Primeiro Emprego - vinham sendo badalados pelo presidente desde abril.
O anúncio não foi suficiente para acalmar o descontentamento de aliados como o presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Luiz Marinho, para quem o valor de R$ 260 para o mínimo é inadmissível. O diretor do Núcleo de Estudos Estratégicos da Universidade de Campinas, Geraldo Cavagnari, viu a contratação de mais 30 mil recrutas em 2004 como uma esmola social.
- As Forças Armadas não são escolas profissionalizantes. Elas precisam de recursos para serem reequipadas e não para fazer benemerência com recursos públicos - comentou Cavagnari.
Em 500 dias, Lula admitiu que o tempo de bravatas virou recordação do período em que agitou a oposição no Brasil. Também percebeu que o discurso mágico deveria ceder lugar ao realismo político. Ontem, na solenidade do Conselhão, proferiu a defesa mais adequada contra os percalços dos tempos iniciais de governo:
- Todos vocês sabem que não existe milagre. Muitas vezes, no governo, temos os mesmos desejos que vocês têm. Há uma pequena diferença: é que nós, às vezes, temos que assinar o cheque.
Comments:
Posted
6:21 AM by Cassiano Leonel Drum
Ásia
Os Gandhi de volta ao poder
Sonia Ghandi levou seu partido à vitória nas eleições legislativas na Índia, trazendo novamente ao poder a dinastia Gandhi. A futura primeira-ministra é italiana de nascimento e viúva do primeiro-ministro Rajiv Gandhi (foto Gurinder Osan, AP/ZH
Comments:
Quinta-feira, Maio 13, 2004
Posted
7:44 PM by Cassiano Leonel Drum
Um Conto de Kahlil Gibran
Eu estava andando nos jardins de um asilo de loucos, quando encontrei um jóvem rapaz, lendo um livro de filosofia.
Pelo seu jeito, e pela saúde que mostrava, não combinava muito com os outros internos.
Sentei-me ao seu lado e perguntei:
- O que você está fazendo aqui?
O rapaz olhou surpreso. Mas, vendo que eu não era um dos médicos, respondeu:
- É muito simples. Meu pai, um brilhante advogado, queria que eu fosse como ele. Meu tio, que tinha um grande entreposto comercial, gostaria que eu seguisse seu exemplo. Minha mãe desejava que eu fosse a imagem do seu adorado pai. Minha irmã sempre me citava seu marido como exemplo de um homem bem-sucedido. Meu irmão procurava treinar-me para ser um excelente atleta como ele.
Parou um instante e continuou:
- E o mesmo acontecia com meus professores na escola, o mestre de piano, o tutor de inglês - todos estavam determinados em suas ações e convencidos de que eram o melhor exemplo a seguir. Ninguém me olhava como se deve olhar um homem, mas como se olha no espelho.
"Dessa maneira, resolvi me internar neste asilo. Pelo menos aqui eu posso ser eu mesmo."
Comments:
Posted
7:34 PM by Cassiano Leonel Drum
Quinta, 13 de maio de 2004, 11h51 Atualizada às 15h35
Ensino público terá 50% das vagas nas federais
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou hoje, durante discurso na reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, a criação de um sistema de reserva de vagas que destinará 50% das vagas oferecidas pelas universidades federais a alunos que cursaram o ensino na rede pública.
"O programa reserva metade de todas as vagas de faculdades e universidades a alunos que concluíram o ensino médio na rede pública. Isso significa nada menos que 60 mil vagas. O sistema de reservas ainda vai promover a igualdade racial no acesso à universidade pública. Algumas vagas serão preenchidas preferencialmente por pessoas negras e indígenas, considerando a população de cada região", afirmou Lula
"Metade das vagas das universidades reservadas para estudantes de escolas públicas - esta é a norma geral do Governo", disse o ministro da Educação, Tarso Genro, ao confirmar o envio dos projetos Universidade para Todos e de Cotas para o Congresso Nacional.
O ministro anunciou as medidas de reorganização do registro e da permissão de funcionamento das universidades privadas. "Essa é uma medida constitucional. E se a pessoa é afro-descendente vai disputar, por exemplo, no Rio Grande do Sul, 13,5% das vagas do estado com outros descendentes. Então, não há vantagem em passar de uma faixa para outra. Esta engenharia que conseguimos, o que vale tanto para as públicas quanto para as privadas, com normas diferentes, faz a reserva de vaga para a comunidade afro de acordo com o percentual do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística)", explicou o ministro.
Segundo Tarso Genro, o mérito do estudante é mantido, tendo em vista que este fará o Enem, a avaliação do Ensino Médio, em igualdade de condições. "Isso, com a vantagem de fazer a reserva proporcional ao tamanho da comunidade da região", disse.
O ministro explicou que cada universidade terá autonomia para elaborar a sua avaliação e contará ainda com indicativos presentes na futura regulamentação da lei. E disse esperar que, com a aprovação do projeto de Lei, sejam destinadas entre 70 mil e 80 mil vagas nas universidades já para o segundo semestre. Em cinco anos, o número sobe para cerca de 350 mil vagas. "Mas isso se a lei for mantida na sua integralidade. Pode ser que ela tenha alguma mudança no Congresso e, neste caso, teremos que reavaliar esta expectativa", alertou.
Ainda dentro da área de educação, foi anunciado um programa que tem o objetivo de proporcionar o acesso gratuito à universidade dos alunos e professores de escolas públicas e de baixa renda.
Brasileiros são a favor de cotas
Na pesquisa CNT/Sensus de maio, divulgada hoje, 61,1% das pessoas entrevistadas são favoráveis à instituição de cotas para negros nas universidades. 29,4% se declararam contrárias.
Outros anúncios de Lula
Foi anunciado o programa "Soldado Cidadão", que abrirá 30 mil vagas para recrutas nas Forças Armadas a partir de agosto. Trata-se de uma parceria entre os minsitérios da Defesa e do Trabalho.
Lula divulgou as mudanças do Programa Primeiro Emprego. O público alvo do projeto será aumentado com a possibilidade de contratação temporária de jovens. Os jovens que já concluíram o ensino médio, mas não tiveram chance no mercado de trabalho, também poderão participar.
O incentivo dado às empresas participantes também aumentará. "Tenho confiança,esperança, que essas mudanças vão levar o Primeiro Emprego a atingir os objetivos que foram a razão pela qual criamos esse program há um ano", comentou Lula.
As pessoas com mais de 60 anos terão a antecipação do pagamento da parcela da correção dos juros sobre o Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS).
No pronunciamento presidencial, também foi lembrado que o governo implementará um plano de saneamento básico com o maior orçamento já registrado, de R$ 2 bilhões e 700 milhões. Lula criticou o seu antecessor, o presidente Fernando Henrique Cardoso, que anunciou um plano maior que R$ 1 bilhão, mas só implementou R$ 700 milhões em 2002.
Comments:
Posted
7:23 PM by Cassiano Leonel Drum
Caminho interditado
MEC proíbe criação de cursos superiores por seis meses
Nenhum novo curso de graduação poderá ser criado nos próximos seis meses. O ministro da Educação, Tarso Genro, baixou nesta quinta-feira (13/5), quatro portarias que suspendem a autorização da entrada de novos processos para reconhecimento e revalidação de cursos de ensino superior em todo o sistema educacional brasileiro.
A primeira portaria foi publicada nesta quinta-feira e as outras três serão publicadas nesta sexta-feira (14/5), no Diário Oficial da União. "Constitui o início de um novo sistema regulatório. Há uma ausência completa de normas eficazes no que se refere à proliferação dos cursos privados no país", disse o ministro.
Em fevereiro, o MEC suspendeu a homologação de novos cursos de Direito a pedido do Conselho Federal da OAB e agora decidiu "frear" a abertura de novas instituições e cursos até a formulação da legislação definitiva, prevista para o final do ano.
Segundo Genro, a intenção é editar um decreto para regulamentar o sistema e depois introduzi-lo na Lei Orgânica do Ensino Superior, elaborada a partir da Reforma Universitária. "Não há nenhuma carga de preconceito com as instituições privadas de ensino, mas uma carga forte para coibir abusos e separar o joio do trigo", afirmou.
Atualmente existem cerca de oito mil processos em andamento no Ministério da Educação que serão avaliados conforme as regras antigas. O único diferencial ficará por conta de um critério que estabelece como prioridade a abertura de cursos e instituições que auxiliem na redução das desigualdades regionais sociais.
A partir das informações obtidas pelo Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (Sinaes) e da criação de um Comitê Técnico de Coordenação, composto por onze integrantes, representantes das grandes áreas de conhecimento será formado o sistema regulatório, sob o comando da Secretaria de Educação Superior (Sesu/MEC) em parceria com o Conselho Nacional de Educação (CNE).
Uma das portarias prevê, ainda, a criação de um Cadastro Nacional dos Docentes do Sistema de Ensino Superior para verificar se cada professor está realmente trabalhando na instituição a qual está ligado, evitando duplicidade na apresentação dos processos. O cadastro começaria com a coleta de dados dos professores do curso de Direito e, depois de 60 dias, seria estendido aos demais cursos.
O cadastro único seria composto pelo nome, registro geral e cadastro de pessoa física e cada professor, além do regime de trabalho exercido por cada um. "É preciso estabelecer uma coerência entre o que foi apresentado nos processos com os dados do cadastro", justificou o Secretário-Executivo do CNE, Ronaldo Motta. (Com informações da OAB e da Agência Brasil)
Revista Consultor Jurídico, 13 de maio de 2004
Comments:
Posted
8:25 AM by Cassiano Leonel Drum
O pai da criança
Fábio Jr. faz show no Rio e confessa que morre de ciúmes da filha Cléo Pires, que costuma dizer que seu pai é Orlando Moraes: O pai sou eu!
Marcelle Carvalho
Ninguém pode acusar Fábio Jr. de não ser sincero. Principalmente, quando o assunto é a sua filha Cléo Pires, 21 anos, que está arrebatando corações por aí desde que foi descoberta no filme Benjamim. Tenho ciúmes dela. Mas preciso me policiar porque não quero toli-la. É minha filhota, mas é uma mulher de 21 anos, constata o cantor, que tem reação típica de pai ciumento ao perceber olhares e comentários desejosos para sua menininha, que, para ele, virou um mulherão da noite para o dia. Às vezes, dá vontade de rosnar, brinca.
Vontade essa que também não falta ao cantor quando Cléo afirma publicamente que seu pai de verdade é o cantor Orlando Moraes, marido de sua mãe, Glória Pires, que a criou desde os 4 anos. Fico enciumado, não nego, diz Fábio, fazendo uma pausa. Depois, conforma-se. Mas tudo passa nessa vida, até uva passa, tenta manter o humor. Em tom conformado, ainda insiste: Melhor para ela que tem dois pais. Logo, porém, desabafa, enfático. Mas o pai sou eu e não abro mão.
Tenho ciúmes dela (Cléo). Mas preciso me policiar. É minha filhota, mas é uma mulher de 21 anos
Apesar da rusga que a filha tem com ele, Fábio orgulha-se da atitude de Cléo, ao ter recusado o papel principal de Cabocla, feito na primeira versão por sua mãe. Acho que ela mandou bem não aceitando. Naturalmente, as pessoas iriam compará-la com a Glória. Iria ser uma cobrança acirrada em cima dela, analisa Fábio, que não se surpreende pela filha ser tão requisitada para trabalhos. Há dois anos, Cléo me falou que não queria a vida que eu e Glória escolhemos. Nunca mais perguntei nada. Mas sabia que era inevitável isso acontecer, porque tem muito talento.
Mulheres são um assunto constante na vida de Fábio. Há poucas semanas, surgiram boatos de que o cantor teria saído com a ex mulher, a atriz Patrícia de Sabrit, com quem ficou casado por cinco meses, em 2001. Aconteceu de verdade e foi legal. Mas não acredito em um retorno, afirma o cantor, que aos 50 anos, assume tomar estimulante para as horas calientes.
Tomei Levitra (patrocinador do seu show), que é mais legal que o Viagra, porque dizem que ele dá dor de cabeça no dia seguinte e não pode beber nada. Já o que tomei pode tomar um vinhozinho que não tem problema nenhum. Porque é muito sem graça você conhecer alguém e ter que ficar na água sem gás, diz ele. E funcionou? Adorei o efeito, garante.
Comments:
Posted
8:20 AM by Cassiano Leonel Drum
GRÊMIO X FLAMENGO
Vitória da raça rubro-negra
Fla vence o Grêmio, no Olímpico, e precisa só de um empate, no jogo de volta, para ganhar vaga nas semifinais da Copa do Brasil
Jogadores do Flamengo comemoram o gol que deu a vitória no primeiro jogo em Porto Alegre
PORTO ALEGRE - Flamengo bom é o da Copa do Brasil. Depois de ser humilhado pelo Vitória, no Campeonato Brasileiro (5 a 1), o Rubro-Negro venceu o Grêmio, por 1 a 0, ontem à noite, no Estádio Olímpico, em Porto Alegre, e precisa apenas de um empate no jogo de volta quarta-feira, no Maracanã, para garantir vaga na semifinal da competição. Em caso de derrota pelo mesmo placar, a disputa será nos pênaltis. Zinho foi o autor do gol e um dos responsáveis por espantar a crise que rondava a Gávea.
O Flamengo logo mostrou seu cartão de visitas. Aos três minutos, Negreiros conseguiu roubar uma bola e rolou para Zinho. O experiente jogador, que esteve ameaçado de ser barrado, driblou o zagueiro e finalizou com categoria, sem chances para o goleiro, e fez 1 a 0.
Mas a empolgação do Rubro-Negro esbarrou nos contra-ataques do Grêmio. Em dois minutos, o time de Porto Alegre finalizou bem em três oportunidades, porém não conseguiu empatar. Aos 15, Negreiros, contundido, deu lugar a Jean. Pouco depois, o zagueiro Henrique levou cartão amarelo, o seu terceiro na Copa do Brasil, e está fora do jogo de volta.
O Grêmio voltou a assustar aos 21 minutos. Depois de um cruzamento, Leanderson, de carrinho, quase marca. Júlio César fez boa defesa. Mas foi o time carioca que desperdiçou a chance mais clara de gol, quase no fim do primeiro tempo. Felipe rolou para Jean, o atacante entrou livre de marcação na área e cruzou rasteiro. Marcelo desviou e atrapalhou Fabiano Eller que, dentro da pequena área, não conseguiu finalizar.
No início do segundo tempo, a equipe gremista partiu para cima. Aos 13, Christian recebeu dentro da área e finalizou com perigo, por cima do travessão. O Flamengo, por sua vez, optou pela precaução e somente se lançava a frente nos contra-ataques.
Diante da pressão gremista, entrou em cena o São Júlio César. Aos 27, Claudiomiro cabeceou uma bola a queima-roupa e o goleiro rubro-negro fez uma defesa espetacular.
Aos 39, Felipe, cara a cara com o goleiro, poderia ter selado a vitória, mas finalizou mal. O Flamengo volta a campo no domingo, quando enfrenta o Internacional, em Volta Redonda, pelo Brasileiro.
Comments:
Posted
8:14 AM by Cassiano Leonel Drum
Wianey Carlet
13/05/2004
Complicou
O Flamengo mostrou ontem à noite no Olímpico que a qualidade de seu time não está afinada com os maus resultados dos últimas partidas. Jogou melhor do que o Grêmio e mesmo quando foi pressionado, no segundo tempo, teve organização ofensiva e inteligência para neutralizar os esforços do adversário. Com a bola, reafirmou o histórico toque de bola carioca. Sem ela, apenas o goleiro Júlio César e o atacante Felipe não participaram do esforço coletivo de recuperação. Os destaques individuais também ficaram com o Fla. Júlio César, com duas grandes defesas, Fabiano Eller, o melhor em campo. Henrique, Reginaldo Araújo, Roger, Douglas Silva, todos tiveram atuações destacadas. O Flamengo ganhou e não foi por acaso.
Incurável
Se o desconforto de Gavilán será problema resolvido em pouco tempo, as tonturas de Lori Sandri não têm cura, por enquanto. Com tantos problemas médicos entre os jogadores, mais a suspensão de Vinícius, o treinador colorado deve estar provando os efeitos de uma labirintite cruel: anda tonto, sem rumo certo.
Edinho, Líbero
Pode ser impressão enganosa, não creio, mas Edinho tem todas as credenciais técnicas e físicas para se tornar um dos maiores líberos do mundo. Eu escrevi líbero, não zagueiro da sobra, o que é muito diferente. Como sabe jogar nos dois lados da zaga, poderia garantir cobertura ampla. Como tem velocidade, força e boa técnica na condução da bola, seria um líbero verdadeiro, ultrapassando seus zagueiros e a linha média para aparecer em posição adiantada. Falta-lhe, porém, aprimorar o passe e o lançamento. Superada esta dificuldade, correrá o mundo e enriquecerá.
Insensibilidade
Ontem, o 15 de Novembro enfrentava o Palmas, pela Copa do Brasil. Amanhã, estará em Passo Fundo, jogando pelo Gauchão. Domingo, o campeonato marca-lhe jogo em Bento Gonçalves e na segunda-feira estará embarcando para Tocantins, onde joga a segunda partida, quarta-feira, com o Palmas, pela Copa do Brasil. A FGF tem sido carrasca do Quinzão.
Desmanche
O Santos seria forte candidato ao título do Campeonato Brasileiro se não estivesse programado um desmanche do time para o início do segundo semestre. Devem sair Diego, Robinho, Alex e Leo, no mínimo. Do dinheiro que for obtido com estas vendas, pouco deverá sobrar para o Santos já que o seu presidente, Marcelo Teixeira, é credor do clube em cerca de R$ 20 milhões e não é Papai-Noel.
Esquema
Se Alexandre Lopes for liberado, Lori Sandri deverá optar pelo 3-5-2 para enfrentar o Flamengo, no Rio de Janeiro, escalando o Inter com Clemer; Edinho, Wilson e Alexandre Lopes; Bolívar, Fernando Miguel, Marabá, Danilo (Diogo) e Alex; Rafael Sobis e Oséas. Para o 4-4-2, teria que escalar Danilo e Diogo, simultaneamente, dois novatos no time. O desentrosamento seria ainda maior.
Gula
As federações querem unir-se em uma associação com um único objetivo: ¿abocanhar¿ parcela do dinheiro que a televisão paga para os clubes. Por que não ¿mordem¿ a CBF e os seus milionários contratos de patrocínio?
wianey.carlet@zerohora.com.br
Comments:
Posted
8:10 AM by Cassiano Leonel Drum
Nilson Souza
13/05/2004
A primeira morte de Maradona
Tenho um amigo que jogou futebol profissionalmente e que gosta de dizer que o praticante desse esporte morre duas vezes - a primeira quando pára de jogar e a segunda quando, como qualquer um de nós, sai de campo definitivamente, para ficarmos com uma metáfora futebolística. Na verdade, todos morremos muitas vezes durante a nossa existência por conta das desilusões e das perdas de afetos. "Da vez primeira em que me assassinaram, perdi um jeito de sorrir que eu tinha", sentenciou Mario Quintana.
Maradona perdeu o sorriso no dia em que avistou no horizonte, como um espectro feio e inevitável, o final da sua carreira gloriosa. Ele não foi apenas um jogador de futebol. Foi um pequeno deus, adorado pelos estádios do mundo por ter transformado o seu brinquedo de menino pobre numa arte mágica, capaz de encantar e emocionar.
Não há justificativa para a droga - uma fuga ilusória, autodestrutiva e perversa, pois atinge a todos que cercam o doente. Quem ama o futebol, porém, é capaz de entender o desespero do craque argentino. Ele sabe que já morreu, porque nunca mais terá o prazer inigualável de driblar meia dúzia de ingleses e levar a bola, dócil e submissa, até as redes adversárias. Ele sabe que já morreu, pois não voltará a ver multidões enfeitiçadas por sua arte, aplaudindo e gritando o seu nome. Ele sabe que já morreu porque seus músculos flácidos jamais voltarão a executar acrobacias impossíveis nos verdes palcos do maior espetáculo da Terra.
Maradona está morto - e sabe muito bem disso.
Nós, brasileiros, gostamos de dizer que Pelé foi maior do que ele e não se deixou abater pelo ocaso biológico. Mas o nosso compatriota usa um truque para enganar a própria consciência da finitude: separa o Edison do Pelé. Fala de si mesmo em terceira pessoa, como se fosse dois. Maradona não conseguiu fazer essa separação. Por isso esforça-se para ir junto com o ídolo que foi.
Sou pela vida, evidentemente. Enquanto existir um fio de vida, devemos todos fazer o maior esforço para preservá-la. Essa é a nossa missão como seres humanos. Porém, não posso evitar a idéia de que estamos todos nos iludindo ao desejar que Maradona fique mais algum tempo nesta dimensão. Ele já não está entre nós.
El Diez, como dizem carinhosamente os argentinos, já se transformou há muito tempo numa estrela distante, que brilhará para sempre no infinito dos corações tocados pela magia do futebol.
nilson.souza@zerohora.com.br
Comments:
Posted
8:09 AM by Cassiano Leonel Drum
Leticia Wierzchowski
13/05/2004
Domingo é dia de almoçar fora
Uma amiga chegou do Rio e marcamos um almoço no domingo passado. Se você não gosta de churrascarias, nem tente sair para almoçar fora num domingo em Porto Alegre, porque a maioria dos restaurantes está fechada. Antes de sentarmos numa mesa e abrirmos o cardápio (uma hora e dez minutos depois do primeiro restaurante fechado), fizemos um verdadeiro tour por Porto Alegre em busca de um dos nossos lugares favoritos que estivesse aberto.
Confesso aqui que me senti constrangida. Juro. Para uma cidade que ambiciona ser cosmopolita, para uma cidade bonita (e olha que eu vivo elogiando Porto Alegre nestas minhas crônicas), está faltando os restaurantes abrirem aos domingos. Experimente dar um passeio no Rio de Janeiro ou em São Paulo num domingo para ver se você encontra algum restaurante fechado - estão todos cheios, cheios de casais, cheios de famílias que vêem no domingo a chance ideal de um almoço sem horário para acabar.
E, em qualquer uma dessas cidades, os restaurantes estão cheios de turistas. Aqui, que pena, o processo é exatamente o inverso. Se você quer comer fora no domingo, pode riscar 70% dos estabelecimentos, porque eles estarão fechados para almoço. Ok, você deve estar pensando, domingo é dia de almoçar com a família. Eu torço para que a sua mãe cozinhe bem, meu amigo, porque senão você está ralado. E se você é um turista que veio passear aqui, neste outono lindo de Porto Alegre, então está com azar: a sua mãe mora longe, e até o Bistrô Porto Alegre, ali embaixo do Sheraton, no coração do Moinhos de Vento, e na franja de um shopping cujas lojas abrem aos domingos, não oferece almoço dominical.
Eu sei que domingo é dia de descanso - Deus criou o mundo e descansou no sétimo dia - mas vamos contratar gente nova, vamos abrir as portas aos domingos (e não somente no Dia da Mães e no Dia dos Pais) e vamos sair às ruas. Vamos movimentar a economia, abrir garrafas de champanha, servir quiches e cremes brullés; vamos colocar as toalhas nas mesas, e as mesas nas calçadas aos domingos. Cidade que quer ser gente grande tem que dar um passo à frente, cidade que quer ser cosmopolita tem que existir de segunda a segunda.
Com a minha amiga carioca a tiracolo, depois de 11 restaurantes, depois de quase todo o Moinhos de Vento ressonando com suas portas fechadas sob o sol morno de um domingo outonal, acabamos no Vecchia comendo tortéis italianos. Estava uma delícia, mas confesso que restou em mim uma vergonha que nem o vinho conseguiu apagar.
leticia.wierz@zerohora.com.br
Comments:
Posted
8:06 AM by Cassiano Leonel Drum
Luis Fernando Verissimo
13/05/2004
Má guerra
No fim, o filme definitivo sobre esta era talvez seja aquele do Ridley Scott, Black Hawk Down, sobre o resgate dos tripulantes de um helicóptero americano abatido no centro da capital da Somália, onde os Estados Unidos tinham ido liquidar um regime tirano e também acabaram atolados. É um filme sobre a coragem, a lealdade entre camaradas e o caráter dos soldados americanos - e que em nenhum momento deixa claro onde eles estão, e por quê. Para quem não sabe da intervenção americana na Somália, a história poderia se passar em qualquer lugar, real ou fictício. Poderia ser um videogame com inimigos indefinidos que só aparecem para serem pulverizados, num mundo eletrônico à prova de realidade.
O filme é sobre os Estados Unidos, o local da ação não interessa. Muito menos a sua origem e as suas conseqüências. Como em todos os bons filmes de guerra, detalhes políticos e ambigüidades morais só atrapalhariam: boa guerra é aquela em que os homens provam seu valor, vencem ou são derrotados com honra e, se o diretor for um Ridley Scott, com bons efeitos fotográficos, e as únicas referências que contam são às virtudes guerreiras. E afinal, quem ainda se lembra onde fica a Somália?
A guerra do Iraque é sobre os Estados Unidos como o filme Black Hawk Down era sobre americanos, feito para a paróquia americana, desprezados o resto do mundo e detalhes como a realidade e vidas alheias. É sobre o baque emocional do 11/9 e o que fazer para exorcizá-lo, é sobre a ascensão ao poder com Bush de uma direita neoconservadora cujos planos publicados de intervenção na região antecediam o 11/9, é - para não esquecer a mesquinharia - sobre oportunidades de negócios para os amigos de Bush e Cheney e sobre a angústia do Bush filho em ser mais macho do que o Bush pai.
Agora, com a imprensa crítica, a oposição em campanha eleitoral para derrubar Bush e as revelações sobre tortura dos presos iraquianos, feitas por americanos, é sobre as contradições internas de uma grande democracia onde só se permite que a realidade seja desprezada até certo ponto.
Os autores das fotos e dos vídeos da humilhação dos prisioneiros iraquianos poderiam dizer que queriam apenas ter o que mostrar em casa, e dar boas risadas, quando ninguém mais se lembrasse onde ficava o Iraque. A aprovação da paróquia os inocentaria. A própria contrição americana é dirigida à paróquia: o tratamento dos prisioneiros é condenado porque é "un-american", contrário aos valores americanos. Os valores do resto do mundo civilizado, aparentemente, não são parâmetros reconhecidos.
Se a guerra do Iraque fosse um bom filme de guerra, acabaria com o Bush descendo do seu caça naquele porta-aviões, declarando a vitória, sobe música e fim. Infelizmente, é um mau filme de guerra. E os efeitos fotográficos são péssimos.
Comments:
Posted
8:04 AM by Cassiano Leonel Drum
Paulo Sant'ana
13/05/2004
Intimidade devassável
Cada vez mais me convenço de que não é um presidente da República que governa. Quem governa é o governo, que é uma entidade abstrata, muitas vezes independente do presidente da República.
O presidente, no máximo, influi.
No dia 6 de abril deste ano, o desembargador federal Edgard Lippmann Jr., do Tribunal Regional Federal da 4ª Região, em despacho de ação que tramita naquele pretório, determinou ao governo federal que apresentasse no prazo máximo de 60 dias o cronograma de início das obras de duplicação da BR-101, trecho entre Palhoça e Osório, sob pena de multa diária de R$ 100 mil.
Segundo fontes do Tribunal, o governo federal já respondeu à determinação, declarando que já foi iniciado o cronograma das obras.
Em seu despacho, o desembargador Lippmann, entre outros embasamentos para sua determinação, assim se referiu: "Inicialmente, anoto que a questão relativa à duplicação da BR-101 tem ganhado espaço cada vez maior na mídia nacional, diante do aterrorizador quadro estatístico do número de acidentes e vítimas, a maior parte fatais. Tão dramática a situação que recentemente o prestigiado articulista Paulo Sant'Ana, do jornal gaúcho Zero Hora, ao abordar em sua coluna dominical o tema 'Lula foi sensível', assim arrematou: '...Do jeito que hoje está, a gente ingressa na BR-101 como boi no caminho do matadouro'."
Como com o episódio do artigo do jornalista norte-americano contra o presidente Lula ressuscita novamente o debate sobre a invasão de privacidade de figuras públicas, abrindo-se até a possibilidade de o ofendido agir contra o jornal e seu articulista na Justiça norte-americana, é bom registrar a opinião do juiz federal Peter J. Messite, do Estado de Maryland, em entrevista de ontem a O Estado de S. Paulo: "São inexistentes as chances de uma queixa por calúnia e difamação desse tipo contra o jornal americano ser acolhida pela Justiça dos Estados Unidos. Nos Estados Unidos, vale tudo se a crítica tem como alvo um funcionário público e a questão em pauta, de alguma maneira, mesmo que indireta, envolva o exercício da função pública".
Os parâmetros que regem as sentenças dos juízes norte-americanos sobre processos idênticos e análogos são os contidos numa decisão histórica da Corte Suprema, em 1960, em defesa dos jornais e dos jornalistas, nos casos de invasão de privacidade de homens públicos: "...o debate das questões públicas deve ser desinibido, robusto e aberto e isso pode perfeitamente incluir ataques veementes, cáusticos e às vezes desagradavelmente duros contra ocupantes de cargos públicos".
Embora a Corte Suprema tivesse estabelecido adicionalmente que, para ter sucesso, a figura pública atingida precisa comprovar que houve "real malícia" na publicação. Ou seja, que o jornal ou o jornalista sabiam que a informação que publicaram era falsa e agiram com total desprezo à verdade porque sua intenção era difamar.
Nesse instante em que volta o debate sobre a liberdade de imprensa, é bom que se ressalte que para a Corte Suprema norte-americana a privacidade dos homens públicos é devassável pela imprensa.
E que nesse particular lá nos EUA se entende que os jornalistas, quando tratam de analisar vidas ou procedimentos de servidores públicos, têm uma imunidade igual à dos parlamentares nas tribunas, salvo é claro, como foi mencionado, quando agem com malícia e má-fé.
psantana.colunistas@zerohora.com.br
Comments:
Posted
8:01 AM by Cassiano Leonel Drum
Copa do Brasil
Ficou mais difícil
Flamengo, de Felipe, vence o Grêmio por 1 a 0 e leva vantagem para o jogo de volta pela Copa do Brasil, no Rio (Mauro Vieira/ZH)
Comments:
Quarta-feira, Maio 12, 2004
Posted
8:49 PM by Cassiano Leonel Drum
A lição da tartaruga
Eu percebia que meu comportamento aborrecia muito os meus pais, porém pouco me importava com isso. Desde que obtivesse o que queria, dava-me por satisfeito. Mas, é claro, se eu importunava e agredia as pessoas, estas passavam a tratar-me de igual maneira.
Cresci um pouco e um dia percebi que a situação era desconfortante. Preocupei-me, mas não sabia como me modificar.
O aprendizado aconteceu num domingo em que fui, com meus pais e meus irmãos, passar o dia no campo. Corremos e brincamos muito até que, para descansar um pouco, dirigi-me à margem do riacho que corria entre um pequeno bosque e os campos. Ali encontrei uma coisa que parecia uma pedra capaz de andar. Era uma tartaruga. Examinei-a com cuidado e quando me aproximei mais, o estranho animal encolheu-se e fechou-se dentro de sua casca. Foi o que bastou. Imediatamente decidi que ela devia sair para fora e, tomando um pedaço de galho, comecei a cutucar os orifícios que haviam na carapaça. Mas os meus esforços resultavam vãos e eu estava ficando, como sempre, impaciente e irritado.
Foi quando meu pai se aproximou de mim. Olhou por um instante o que eu estava fazendo e, em seguida, pondo-se de cócoras junto a mim, disse calmamente: "Meu filho, você está perdendo o seu tempo. Não vai conseguir nada, mesmo que fique um mês cutucando a tartaruga. Não é assim que se faz. Venha comigo e traga o bichinho."
Acompanhei-o. Ele se deteve perto da fogueira acesa e me disse: "Coloque a tartaruga aqui, não muito perto do fogo. Escolha um lugar morno e agradável."
Eu obedeci. Dentro de alguns minutos, sob a ação do leve calor, a tartaruga colocou a cabeça de fora e caminhou tranqüilamente em minha direção. Fiquei muito satisfeito e meu pai tornou a se dirigir a mim, observando:
"Filho, as pessoas podem ser comparadas às tartarugas. Ao lidar com elas, procure nunca empregar a força. O calor de um coração generoso pode, às vezes, levá-las a fazer exatamente o que queremos, sem que se aborreçam conosco e até, pelo contrário, com satisfação e espontaneidade."
Autor desconhecido
Comments:
Posted
8:40 PM by Cassiano Leonel Drum
11/05/2004 - 18h43m
Ministra diz que preço dos combustíveis não muda no Brasil
Eliane Oliveira - O Globo
BRASÍLIA - A ministra de Minas e Energia, Dilma Rousseff, disse nesta terça-feira que não há pressão de alta dos combustíveis porque o governo não vai se deixar levar por oscilações no mercado internacional. Dilma lembrou que desde o início do ano passado, com a invasão do Iraque, tem havido momentos de alta e baixa do preço do petróleo e a idéia, portanto, é acompanhar a tendência dos preços antes de tomar qualquer decisão.
- O petróleo é algo muito especulativo, tem altas e baixas. Temos que ver de fato qual é essa tendência. Não é possível que num dia você tenha um problema porque soltaram um bomba na Arábia Saudita e no dia seguinte o preço do petróleo baixa. Agora mesmo a Arábia Saudita está ampliando a cota porque deve ter havido uma baita pressão - disse a minsitra.
Segundo Dilma Rousseff, não é viável ajustar preço movido por especulações de mercado. Ela ressaltou que é preciso ter sensibilidade em relação ao mercado internacional.
- Você tem que primeiro ver se houve mudança ou não de patamar e isso serve tanto para baixa, porque também ja fomos criticanos quando não baixamos preços, quando para alta. Daqui a pouco, vão nos criticar por não termos elevado o preço. A verdade é que a Petrobras não está tendo prejuízo. A Petrobras está com desempenho de mercado bastante significativo - disse a ministra.
E completou:
- Até que não haja modificação sensível na característica ou no patamar de preços, não vamos proceder a nenhum reajuste. Não tem data marcada para revisão, mesmo porque ninguém tem bola de cristal - afirmou.
Para a ministra, o cenário atual é composto por movimentos conjunturais aos quais o governo está acompanhando com tranqüilidade, observando a tendência e esperando que os preços se estabilizem.
Well, só falta a Ministra estar equivocada e a gasolina de fato subir levando tudo com o seu aumento de preços, porque sobe o transporte e em conseqüência o pão, o feijão e por aí afora. Mas que grande imbróglio encontra-se o nosso Govêrno.
Comments:
Posted
8:29 PM by Cassiano Leonel Drum
12/05/2004 - 18h19m
Correspondentes estrangeiros dizem que expulsão de jornalista fere a liberdade de imprensa
Toni Marques - O Globo
Globo Online
RIO - A decisão do governo brasileiro de expulsar o jornalista Larry Rohter, correspondente do jornal 'The New York Times', do Brasil, repercutiu na imprensa estrangeira e foi interpretada como uma medida antidemocrática. Numa reportagem realizada por Rohter, o jornal americano afirma que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva teria problemas com o consumo do álcool e que isso estaria prejudicando seu governo. Nesta terça-feira, o Ministério da Justiça divulgou uma nota cancelando o visto de permanência no país do Rohter.
A diretoria da Associação de Correspondentes de Imprensa Estrangeira divulgou nota nesta quarta-feira criticando a decisão:
"Independentemente do conteúdo da matéria do jornalista Larry Rohter do New York Times, a Associação dos Correspondentes de Imprensa Estrangeira considera a revogação do visto, ou melhor, a expulsão dele do Brasil, um ato muito grave que fere a liberdade de imprensa e lembra os períodos mais obscuros da Historia do país. Lamentamos muito essa decisão que não está de acordo com os princípios de uma sociedade livre e democrática. Tememos que essa atitude drástica seja um aviso para os correspondentes estrangeiros no sentido de que para trabalhar no Brasil devem escrever matérias que agradem ao Governo".
O editor-executivo do New York Times, Bill Keller, criticou a decisão do governo brasileiro de expulsar seu correspondente do país. Segundo ele, a medida traz questionamentos sobre o compromisso do Brasil em relação à liberdade de expressão.
O porta-voz da Associação dos Correspondentes de Imprensa Estrangeira no Brasil, o alemão Jens Glusing, disse nesta quarta-feira que a expulsão de Larry Rohter mostra que o presidente Lula parece ter tomado uma decisão de caráter pessoal.
- O presidente teve reação emocional, mas ele não pode levar este caso para o lado pessoal - disse Glusing, que espera que o trabalho dos correspondentes não seja prejudicado daqui para frente. A associação reúne no Rio de Janeiro 120 jornalistas.
- Nunca vi um jornalista ser expulso da América Latina por causa de uma reportagem - acrescentou ele, que mora no Brasil há 13 anos e, como o jornalista do "New York Times", é casado com brasileira.
A edição desta quarta-feira do jornal "The Washington Post", traz a reação da chefe da Associação de Correspondentes Internacionais no Brasil, Veronica Goyzueta, que trabalha para o jornal espanhol ABC. Para ela, a medida é um caso de censura e perseguição de um governo democrático.
- E de um governo formado por pessoas que sofreram perseguição - lembrou a jornalista.
A expulsão de Rohter também virou notícia na Argentina. O jornal "La Nacion" publicou uma reportagem sobre o assunto, maslembrou que o Brasil não é o primeiro país a ter problemas com Rohter.
A publicação informou que em julho de 2002 o correspondente acusou o ex-presidente da Argentina, Carlos Menem, de ter recebido US$ 10 milhões de um agente do Irã para encobrir uma suposta ligação do governo de Teerã com o atentado contra a Amia. Meses mais tarde, segundo o "La Nacion", o NYT publicou outra nota polêmica de Rohter que afirmava que os habitantes da Patagônia, ressentidos com o poder de Buenos Aires, fundariam uma república independente, que seria "escassamente povoada, mas próspera".
A decisão de o governo brasileiro de expulsar o correspondente do New York Times teve repercussão também na Espanha. O jornal "El País" publicou nesta quarta-feira uma reportagem sobre a medida em sua edição impressa e eletrônica.
A mim parece que deram importância em demasia ao caso que até parece que a noticia era verdade. Agora a repercussão está sendo muito maior e quem não havia dado importância ao caso terá que dar, afinal não é todo o dia que se expulsam jornalistas estrangeiros de um País, ainda mais de um País que se diz democrático.
Comments:
Posted
8:31 AM by Cassiano Leonel Drum
Livre-se dos fios
WiMax promete acesso público wireless em altíssima velocidade
Alessandra Carneiro
Tendência: IPAQ H5550, notebook Think Pad X31 com tecnologia Centrino e o novo Nokia Communicator são exemplos de equipamentos que se conectam a mais de um tipo de rede sem fio
Que tal ter acesso veloz à Internet, em qualquer lugar em que esteja? E se esse acesso fosse sem interferência e abrangesse uma área muito maior que os 150 metros prometidos pelo Wi-Fi? Tentador, não? É isso que promete o WiMax, tecnologia que chega ao mercado no início do ano que vem. O WiMax promete um sacode na área de telefonia móvel, já que seria uma opção realmente eficiente para troca de dados via celular.
Além disso, o acesso via notebooks e PDAs em locais como aeroportos, cafeterias e hotéis será muito melhor do que é hoje com o padrão 802.11b.
Apesar de ter um alcance bem maior que o Wi-Fi (de até 50 quilômetros), oferecer maior segurança e menor interferência, erra quem acha que o WiMax vem substituir este padrão. O Wi-Fi continuará com seu propósito de abastecer empresas e residências como uma rede sem fio de alta velocidade. Porém, o WiMax vai muito além desse propósito, explica Flávio Destri Lobo, gerente de Mobilidade da Intel, umas das empresas que participam do WiMax Forum.
Como são para propósitos diferentes, as duas tecnologias são complementares, e não concorrentes, completa Eduardo Prado, (http://www.smartconvergence.blogspot.com), consultor de negócios e tecnologias wireless. No entanto, o WiMax pode, sim, vir a substituir o 3G, já que vai permitir um acesso banda larga nos handhelds e a um preço mais competitivo, acrescenta Prado.
Daniel Deivisson, gerente de Wi-Fi da Oi, no entanto, discorda. Na verdade, o Wi-Fi, o WiMax e o 3G são tecnologias complementares, não concorrentes. E acredito que as operadoras de celular estejam preparadas para esse novo mercado, em que todas as tecnologias vão se cruzar, garante.
Comments:
Posted
8:23 AM by Cassiano Leonel Drum
Adeus à cama
Aos 47 anos e cansada de falar sobre sexo na televisão, a evangélica Monique Evans faz seu último programa na sexta
Zean Bravo
Como modelo nos anos 80, sempre sexy
Sexo agora para Monique Evans é assunto a ser tratado entre quatro paredes, longe de câmeras e estúdios de TV. Depois do anunciado fim do Noite Afora que vinha sendo reprisado , ela encerra atividades como porta-voz da luxúria sexta-feira. Será a última edição inédita do programa, com os destaques dos seus três anos. A parte das perguntas eu achava importante, mas não queria mais vender promiscuidade e prostituição, diz, categórica, a apresentadora, que está negociando com outro canal pelo que consta, a Band. Odeio falar sobre projeto. Já reparou que todo mundo tem projeto? Principalmente quem não é ninguém, alfineta.
Musa do carnaval
Monique não faz parte dessa categoria. Modelo de sucesso no fim dos anos 70, foi símbolo sexual nos 80, musa do Carnaval, e exibiu o implante de silicone uma década antes da cirurgia virar prática comum. Flertou bastante com a TV, mas emplacou mesmo vendendo produtos eróticos no De Noite na Cama, embrião do Noite Afora, exibido no canal a cabo Shoptime. Faço qualquer coisa, só não quero mais falar de sexo. Deixei de ganhar R$ 50 mil, fora merchandising. Ninguém acreditou que abri mão desse salário pela minha maneira de pensar.
Com Alexandre Frota, numa investida no teatro de resultados
Evangélica, convertida há uns seis anos, ela estava desconfortável com sua atração. Acordei um dia e pensei: Deus não quer mais que eu fale de meninas que se prostituem, diz. Enquanto não volta à TV, ela passa os dias pintando e bordando, em sua casa em Alphaville (bairro nobre de São Paulo). Estou fazendo paninhos com minhas iniciais ME, em vermelho, para a cozinha. Às vezes quero ser comum, nunca quis ser conhecida. Trabalho para me sustentar. Pintou uma revolta na Rede TV! quando desisti do programa. Eles nem me ouviram para novas propostas. Não tenho vaidade e faço até produção em TV, garante.
Já na fase loba loura madura, desfilando em São Paulo
Monique se empolga ao falar de audiência. Eu dava pico de 9 pontos. As classes A e B eram as que mais assistiam. Regina Casé, Caetano Veloso e Fernandinha Torres viam. Deborah Secco grita quando fala comigo! Tudo o que fizer na TV vai ser engraçado. Posso ter até programa de casos absurdos como era o da Márcia Goldschmidt. Só não decoro, nem leio ficha, diz e cita o problema de memória. É distúrbio de déficit de atenção. Não cabem mais coisas novas no meu computador, explica Monique, que titubeia ao dizer a idade. Deixa lembrar: 47 anos. Às vezes falo 57. Não ligo.
Como o diabo gosta (e ela costumava adorar)
Em família, no cenário do programa que vai abandonar
Comments:
Posted
6:49 AM by Cassiano Leonel Drum
Recorde merecido
Com destaque para Tony Ramos e Patrícia Pillar, Cabocla tem a melhor estréia das últimas 15 novelas do horário
Marcelle Carvalho
Os fãs do estilo água com açúcar que não desgrudaram os olhos de Chocolate com Pimenta, têm tudo para continuar de olho no horário das seis. Na vaga da trama de Walcyr Carrasco, estacionou a Cabocla de Benedito Ruy Barbosa adaptada por suas filhas Edmara e Edilene Barbosa , que já mostrou a que veio: marcou 40 pontos de média, consagrando-se a melhor estréia das últimas 15 novelas do horário Chocolate com Pimenta bateu 35 de média no primeiro capítulo.
Não foi à toa que a novela teve boa estréia apesar da música de abertura, sonolenta e chata. Começou movimentada, com corrida de cavalos, cujos donos são os coronéis rivais Justino (Mauro Mendonça) e Boanerges (Tony Ramos). Os dois, como sempre, dão show de interpretação. Tony Ramos, no entanto, ainda consegue surpreender a cada papel. Nem de longe lembra o músico Téo de Mulheres Apaixonadas, seu último papel. Está bem matuto, num tom divertido. Como na cena em que raspou o bigode por ter perdido uma aposta para Justino e ao chegar em casa assustou a mulher, Emerenciana (Patrícia Pillar), com a nova cara.
Aliás, o casal foi o ponto alto da estréia. Integrados, Patrícia e Tony fazem realmente os personagens parecerem feitos um para o outro. Mostrando que para ser coronel não precisa ser carrancudo, dá para ser gentil e apaixonado pela mulher e ter bom coração. Como mostrou Boanerges ao empregar Tomé (Eriberto Leão) depois que ele perdeu para Tobias (Malvino Salvador), homem de confiança do coronel boa-praça, na revanche da corrida de cavalos, e foi despedido por Justino.
Malvino e Eriberto estão bem, mostrando que são mais que belos rostos. Malvino, principalmente, que de bancário migrou para a vida de artista, fincando o pé em seu primeiro trabalho. Vanessa Giácomo, nas poucas aparições, também deu conta do recado como Zuca.
Ela ainda tem que aparecer mais para mostrar se consegue mesmo segurar o pesado fardo de ser estreante em papel principal. Regiane Alves e Danton Mello, a Belinha e o Neco, tiveram apenas uma cena, mas o ator estava dizendo o texto muito decorado, ficando falsa a interpretação. No geral, Cabocla tem a doçura e humor característicos do horário das seis.
Comments:
Posted
6:44 AM by Cassiano Leonel Drum
GRÊMIO X FLAMENGO
Atrás da paz perdida
Flamengo vai a Porto Alegre enfrentar o Grêmio, pela Copa do Brasil, querendo espantar de vez a ameaça de crise na Gávea
Mauro Leão
O Flamengo tem um jogo de vida e morte, hoje, às 21h45 (com TV), contra o Grêmio. no estádio Olímpico, em Porto Alegre. A partida, válida pelas quartas-de-final da Copa do Brasil, será decisiva não só para o destino do time, como também para o técnico Abel Braga.
O próprio treinador reconhece a situação delicada:Se eu tomar uma nova goleada, nem volto para o Rio. Pego minhas malas e vou para Punta del Este, no Uruguai, pois sei que a minha batata assará.
Depois da goleada para o Vitória-BA, por 5 a 1, o prestígio do treinador foi seriamente abalado entre os conselheiros rubro-negros, que ontem pela Gávea destilavam revolta.
A crítica maior dos corneteiros de plantão ficou por conta da saída de Róbson, trocado por Negreiros no intervalo da partida. Segundo eles, o meio campo ficou enfraquecido. Eu estava perdendo por 1 a 0 e tinha em campo o Da Silva, o Íbson e o Zinho, precisava arriscar. Querem me crucificar por isso? Azar, se defendeu.
Abel Braga também criticou a atuação da equipe contra o time baiano. Mas espera um novo comportamento diante do Grêmio. Segundo ele, todos os jogadores estão cientes da necessidade de uma vitória. Será o vai ou racha. Se vencermos, a paz estará restaurada. Caso contrário, será instalada a crise, afirmou.
O técnico rubro-negro decidiu fazer mistério e somente revelar a escalação do Flamengo momento antes da partida. No entanto, ele deixa claro que Negreiros terá a chance de começar como titular. O atacante, que em dois jogos marcou dois gols, está em estado de graça.
Humilde, ele revelou que só o fato de estar jogando no Flamengo já é uma grande honra. Nossa! Não sei nem o que falar. Se for escalado, será um sonho e vou procurar repetir o meu futebol. Não tenho medo de encarar o Grêmio, revelou.
Herói da conquista do Estadual, o atacante Jean era a imagem da decepção. Quem manda é o Abel. Se ele me barrar, paciência.
Comments:
Posted
6:40 AM by Cassiano Leonel Drum
Cláudia Laitano
12/05/2004
A roda
A humanidade tem sido capaz de desenvolver técnicas para superar os obstáculos mais complexos. Esse patrimônio de saber acumulado ao longo dos séculos está em cada detalhe da nossa vida cotidiana e garante que a gente coma melhor, vista-se melhor, durma melhor que os nossos antepassados - aqueles a quem coube descascar o primeiro abacaxi e inventar o primeiro lençol de linho. De fritar um ovo a baixar músicas da Internet, tudo que a gente faz se beneficia de alguma espécie de conhecimento adquirido anteriormente por alguém que nos passou a manha do negócio. Certo? Nem sempre.
Se isso vale para um montão de coisas, das pontes aos cortadores de unhas, conta quase nada no mundinho das nossas questões subjetivas. Pegue um menino de 15 anos, bombardeie o guri com clássicos da literatura e conselhos ajuizados e ele vai se tornar um adulto com muito mais horizontes - mas vai sofrer com o primeiro amor frustrado do mesmo jeito que o capiau mais inocente e tosco. No que toca a determinados assuntos, é como se cada um de nós estivesse sempre reinventando a roda.
Fiquei pensando em como todas as histórias de amor são parecidas - e em como observar erros e acertos alheios não nos ensina a amar mais ou melhor - assistindo ao filme Todas as Garotas que Amei, do diretor Henrique Goldman, exibido no festival É Tudo Verdade (há uma última sessão hoje, às 14h30min, no Santander Cultural). Por incrível que pareça, trata-se de um documentário em que um sujeito, o diretor, teve a cara-dura de pedir a todas as mulheres que amou para que falassem sobre ele e sobre o relacionamento que tiveram.
Uma namoradinha da adolescência não quis participar. Uma atriz com quem o diretor teve um caso extraconjugal preferiu não falar, em respeito ao marido traído. Mas todas as outras, ex-namoradas, ex-mulheres, a atual esposa, toparam o desafio.
Um filme que parte de um argumento como esse tinha tudo para se transformar numa monumental viagem em torno do umbigo, mas o que acontece aqui acaba sendo o oposto. O próprio Henrique Goldman torna-se absolutamente irrelevante no documentário. Não somos poupados de algumas revelações constrangedoras, é verdade, mas o que torna o filme interessante é a forma como vai além das picuinhas individuais. A partir de relatos aparentemente banais, o diretor consegue montar um comovente painel sobre o ciclo de vida do amor - do primeiro olhar, cheio de fantasia e expectativa, à sensação de fracasso que acompanha o final de quase todas as grandes paixões.
Vivemos a época da auto-exposição e do voyeurismo. Para cada maluco querendo se mostrar, há outros 2 milhões dispostos a espiar. Mas se existe alguma diferença entre as trevas e a luz, entre o tá-e-daí e o que pode nos levar a pensar é a possibilidade de extrairmos algum sentido de outras experiências individuais. Algo que ilumine um pouco nosso repertório comum de perplexidades e, com sorte, nos ofereça alguma pista sobre a intricada arte de reinventar a roda.
claudia.laitano@zerohora.com.br
Comments:
Posted
6:36 AM by Cassiano Leonel Drum
Martha Medeiros
12/05/2004
Humilhações
Poucos atos são tão covardes como o de humilhar alguém. As fotos dos iraquianos nus, que serviram como motivo de deleite e deboche de soldados americanos, me fizeram lembrar das pequenas humilhações diárias que muita gente perto de nós também sofre, já que são igualmente prisioneiros de uma condição social inferior, ou de uma hierarquia que impede o revide.
Falo, por exemplo, de garçons que volta e meia suportam clientes desaforados, que por causa de um atraso ou um engano no pedido fazem valer seus direitos de forma arrogante, rebaixando moralmente o empregado, que não tem outra saída a não ser silenciar para não ir pro olho da rua. E, como eles, os milhares de porteiros de prédio e empregadas domésticas que são tratados como lixo por seus patrões, ou balconistas e caixas de supermercado que se submetem a grosserias em função da máxima "o cliente tem sempre razão". Muitas vezes o cliente não tem razão coisíssima nenhuma, está apenas sentindo o gostinho de exercer um poder.
Crianças também costumam ser vítimas de humilhação, como quando um professor não permite que ela vá ao banheiro durante a aula, arriscando vê-la passar por uma das situações mais constrangedoras a que há, ou quando não toma nenhuma providência quando assiste um determinado aluno ser azucrinado pela classe inteira só porque é gordinho ou baixinho ou gago. Isso tudo também é uma maneira de deixar uma pessoa a nu, servida numa bandeja para deleite e deboche dos outros.
Humilhar é expor publicamente alguém que está incapacitado de se defender. Maluf, por exemplo, não está sendo humilhado, está sendo desmascarado. Maradona não está sendo humilhado, está sendo tratado. Lula não foi humilhado pelo New York Times, foi vítima de leviandade editorial. Michael Moore não está sendo humilhado por não poder distribuir nos Estados Unidos o documentário Fahrenheit 911, está sendo censurado. O Rio não está sendo humilhado com a chegada dos soldados das Forças Armadas, está sendo auxiliado. Não há humilhação quando existe condição para argumentação, recuperação e volta por cima.
Agora, se o Maluf conseguir sair dessa embrulhada e seguir candidato a prefeito de São Paulo, aí, sim, torna-se um caso grave de humilhação: a nossa. O povo brasileiro - e os paulistas, principalmente - seguirá exposto ao deleite e ao deboche desse excelentíssimo cara-de-pau. Caso saia limpo dessa história, terá colocado a coleira em nós.
martha.medeiros@zerohora.com.br
Comments:
Posted
6:34 AM by Cassiano Leonel Drum
David Coimbra
12/05/2004
O estado anímico do segundo homem
A primeira vez que ouvi um lateral-esquerdo reserva dizer estado anímico me surpreendi. Olha só um lateral-esquerdo reserva dizendo estado anímico, falei para mim mesmo, balançando a cabeça em admiração. Mas logo depois um volante tosco, desses que o Wianey adora, observou, todo pimpão:
- O nosso estado anímico...
Percebi que todo mundo falava estado anímico no futebol. Que nem o crescendo. Jogadores, técnicos, dirigentes, todos ponderam alegremente:
- O time vem num crescendo.
Nunca ouvi ninguém dizer:
- O time vem num diminuindo.
Agora, se alguém dissesse diminuindo, logo os outros iam usar diminuindo com idêntica naturalidade. É que o público do futebol absorve com grande rapidez os instrumentos de linguagem, em seguida os processa e passa a usá-los com fartura. Tipo essa bola. Os jogadores e até os comentaristas só sabem se expressar se empregarem essa bola no meio da frase. Ora, essa bola é a mesma que aquela. Poderia inclusive ser, simplesmente, a bola. Mas, não, todas as bolas são essa bola e nenhuma dessas bolas é a mesma bola e todos entendem de que bola se está falando.
Espantoso.
Quando acompanho uma entrevista do Adilson, por exemplo, fico encantado. Ele formula as frases pela metade, sempre em tom enfarado, sempre reticente, às vezes se vale de não mais do que uma palavra para desenvolver uma tese inteira:
- Como sair dessa situação, Adilson?
- Tranqüilidade... trabalho... dia-a-dia...
E não precisa mais! O mundo do futebol compreendeu.
Imagino uma palestra de um desses técnicos no recôndito do vestiário:
- Jeferson Jonílson, quando o segundo homem deles flutuar nas costas do nosso meio-campo tu pega essa bola.
- Certo, professor.
- Leandro Alfredo, tu que está sem o tempo da jogada, não te esquece de deixar o penúltimo lance pro nosso homem que vem por dentro.
- Mas, professor, e se o terceiro do meio deles vier na diagonal?
- Aí tu espeta!
- Ah, claro, professor.
- E tem o seguinte: todo mundo tem que encurtar, certo?
- Ceeeertooo!
- Ainda bem que estamos com um bom estado anímico.
À procura de Erico Verissimo
O escritor Paulo Betancur assumiu uma tarefa que ele próprio definiu como entre saborosa e dolorosa - está preparando a biografia de Erico Verissimo. O sabor fica por conta da obrigação que terá de reler toda a obra de Erico. A dor é pelo volume de trabalho que o aguarda.
Nessa etapa da empreitada, a dificuldade do Paulo é encontrar pessoas que conheceram o Erico, ou conheceram quem o conheceu, ou possuem algum material mais antigo sobre ele (entrevistas e matérias de 30 anos para trás). Quem se habilitar, por favor, entre em contato pelo telefone (51) 3361.3986, a casa do Paulo, dia e noite. Ou pelo e-mail bentancur@uol.com.br.
Como diz o próprio Paulo Betancur, um biógrafo é como um garimpador: tem que vasculhar cada cantinho para achar ouro.
Foto(s): Ronaldo Bernardi, Banco de Dados/ZH
Totalmente nua
Um dos integrantes aqui da Editoria de Esportes ficou aflito ao saber que a Playboy faria um ensaio com a Juliana Paes. Ele tem assinatura da Playboy há anos, mas o pensamento de que algo poderia dar errado, de que sua revista não fosse entregue, isso o deixou realmente perturbado. Ligou para a revista:
- Tudo certo com a minha assinatura?
- Tudo certo, senhor. O senhor está com os pagamentos todos em dia.
- E para o próximo número, tudo certo?
- Tudo perfeito, senhor.
- Se vocês quiserem, posso adiantar uns pagamentos.
- Mas sua assinatura está toda paga, senhor.
- Quem sabe eu faço outra assinatura...
- De qual revista?
- Da Playboy.
- Mas o senhor já assina a Playboy, senhor.
- Só pra garantir.
- Garantir?
- A entrega do próximo número.
- Está garantida, senhor.
- Está mesmo? Não preciso fazer outra assinatura?
- Não precisa.
- Certeza?
- Absoluta.
Nosso colega desligou o telefone inquieto. Será que poderia confiar na funcionária? Afinal, tratava-se apenas de uma atendente e só um diretor poderia dar tanta certeza de que tudo estava correto com sua assinatura. Para se garantir, atravessou a Ipiranga, foi até a banca de revistas da esquina e pediu que o jornaleiro reservasse a próxima Playboy para ele.
É o que digo: quando há produto, há procura. Se os jogos do Brasileirão melhorarem, o público também vai melhorar. Mesmo que nenhum jogo seja assim, sei lá, uma Juliana Paes totalmente nua.
david.coimbra@zerohora.com.br
Comments:
Posted
6:30 AM by Cassiano Leonel Drum
Paulo Sant'ana
12/05/2004
Uma fraude revoltante
A notícia é inacreditável: o sistema de sorteio do Toto Bola tinha um mecanismo eletrônico destinado à fraude.
Ou seja, as dezenas que eram "sorteadas" eram escolhidas pelos promotores do sorteio.
Isto é de um descaramento monumental, além de venderem em todos os cantos as cartelas da promoção, distribuíam os prêmios para si mesmos, retirando completamente dos apostadores qualquer possibilidade de acerto.
Toda uma população sendo enganada em sua boa-fé. O Instituto-Geral de Perícias detectou o mecanismo da fraude na bingueira usada para os sorteios: as bolinhas eram enviadas para uma bandeja na parte superior da bingueira, onde eram submetidas a uma leitura de códigos de barras, as não escolhidas pelos fraudadores eram rejeitadas, só passando pela peneira as bolinhas previamente eleitas pelos organizadores.
Chega a ser revoltante. Porque os donos do sorteio podiam escolher uma determinada coleção de números cuja cartela não tinha sido vendida, fazendo com que estrategicamente fosse acumulado o prêmio para o sorteio seguinte, com o que aumentava o interesse dos apostadores e o volume das apostas.
E ao final de vários sorteios acumulados decidiam que iam ser escolhidas as dezenas de uma cartela que retinham em seu poder, mandando depois qualquer "laranja" ir receber o "prêmio".
Ou seja, todo o dinheiro arrecadado era incrivelmente destinado aos organizadores do sorteio: tanto o total das apostas quanto o total dos prêmios.
Um assalto à bolsa popular. Uma desfaçatez. Toda uma população sendo feita de boba.
E a encenação do sorteio, presenciada ou não por algum fiscal, e só quatro horas mais tarde divulgada pela televisão, se constituía em uma verdadeira pantomima: a parte superior da bingueira, onde as bolinhas eram rejeitadas ou não pelo funil da máquina, conforme deliberação anterior, era coberta por uma capa preta, que impedia aos assistentes ver o mecanismo fraudador.
Um tal dispositivo estelionatário, com os clientes do sistema inteiramente indefesos à sanha dos falsários, na China de hoje, dava pena de morte com tiro na nuca aos seus autores, uma semana no máximo depois da constatação.
A fraude tinha sido denunciada por um ex-sócio do Toto Bola. E praticamente as autoridades a confirmaram agora: não ia ser por diletantismo que teriam instalado na máquina um sistema pelo qual, no teste que a perícia legal fez agora, foram escolhidas seis bolinhas, justamente as que acabaram sorteadas na simulação.
Por isso é que toda sorte de suspeitas se derruba sobre os jogos em geral, quando o poder público delega à iniciativa privada qualquer sistema de apostas.
A ganância alimenta a desonestidade e ocorre esse tipo lamentável de ataque à bolsa popular.
Imaginem agora como estão se sentindo os apostadores do Toto Bola, que passaram anos frustrados em sua esperança, devorados dia a dia por essa patifaria institucionalizada.
Perder, como já expliquei, é um destino de todos os apostadores. Mas perder roubado assim é um insulto que provoca ira e náusea.
É demais!
psantana.colunistas@zerohora.com.br
Comments:
Posted
6:28 AM by Cassiano Leonel Drum
Miséria
Lar a céu aberto no centro da Capital
Teto de banca de revistas, na Rua Andrade Neves, é usado por dois adolescentes para dormir e guardar roupas (Emílio Pedroso/ZH)
Comments:
Terça-feira, Maio 11, 2004
Posted
7:23 PM by Cassiano Leonel Drum
O ovo
Certa manhã, Nasrudin - o grande místico sufi que sempre fingia ser louco - colocou um ovo embrulhado em um lenço, foi para o meio da praça de sua cidade, e chamou aqueles que estavam ali.
Hoje teremos um importante concurso! disse. Quem descobrir o que está embrulhado neste lenço, eu dou de presente o ovo que está dentro!
As pessoas se olharam, intrigadas, e responderam:
Como podemos saber? Ninguém aqui é capaz de fazer adivinhações!
Nasrudin insistiu:
O que está neste lenço tem um centro que é amarelo como uma gema, cercado de um líquido da cor da clara, que por sua vez está contido dentro de uma casca que quebra facilmente. É um símbolo de fertilidade, e nos lembra dos pássaros que voam para seus ninhos. Então, quem pode me dizer o que está escondido?
Todos os habitantes pensavam que Nasrudin tinha em suas mãos um ovo, mas a resposta era tão óbvia, que ninguém resolveu passar vergonha diante dos outros. E se não fosse um ovo, mas algo muito importante, produto da fértil imaginação mística dos sufis? Um centro amarelo podia significar algo do sol, o líquido ao redor talvez fosse um preparado alquímico. Não, aquele louco estava querendo fazer alguém de ridículo.
Nasrudin perguntou mais duas vezes, e ninguém se arriscou a dizer algo impróprio.
Então ele abriu o lenço e mostrou a todos o ovo.
Todos vocês sabiam a resposta afirmou. E ninguém ousou traduzi-la em palavras.
"É assim a vida daqueles que não tem coragem de arriscar:
as soluções são dadas generosamente por Deus, mas estas pessoas sempre procuram explicações mais complicadas,
e terminam não fazendo nada."
Autor desconhecido
Comments:
Posted
7:18 PM by Cassiano Leonel Drum
Nunca se perde por amar
Ele era um adolescente que acabara de ser dispensado pela namorada. Durante três anos, eles tinham compartilhado amigos e lugares favoritos. Agora ele estava só. Ela conhecera, durante as férias, um outro garoto pelo qual se apaixonara.
Paulo se sentia como a última das criaturas na face da terra. No treino de futebol, ele deixou escapar alguns passes e, pela primeira vez, sofreu várias faltas. Mal acabou o treino, lhe disseram que deveria comparecer ao escritório do treinador.
"E então, filho? Garota, família ou escola, qual dessas coisas está lhe incomodando?"
"Garota", foi a resposta de Paulo. "Como o senhor adivinhou?"
"Paulo, sou treinador de futebol desde antes de você nascer e todas as vezes que vejo um craque jogar como um novato do time reserva, o motivo é um desses três."
Paulo lhe falou que estava com muita raiva. Havia confiado na menina, dera a ela tudo o que tinha para dar e o que é que ganhou com isso?
"Boa pergunta", disse o treinador. "O que foi que você ganhou com isso?"
Tomou de várias folhas de papel e pediu a Paulo que pensasse sobre o tempo que passou ao lado da moça. Que listasse todas as experiências boas e ruins que conseguisse lembrar. E saiu, dizendo que voltaria dentro de uma hora.
Paulo começou a lembrar. Recordou do dia que a convidou para sair pela primeira vez e ela aceitou. Se não fosse pelo incentivo dela, ele jamais teria tentado uma vaga no time de futebol. Pensou nas brigas que tiveram. Não lembrou todos os motivos pelos quais brigavam, mas lembrou-se de como se sentia feliz quando conseguiam conversar e resolver os problemas. Foi assim que ele aprendeu a se comunicar e a buscar acordos. Lembrou-se também de quando faziam as pazes. Era sempre a melhor parte. Lembrou-se de todas as vezes que ela o fez sentir-se forte, necessário e especial.
Encheu o papel com a história dos dois, das férias, das viagens feitas com a família, bailes da escola e tranqüilos piqueniques a dois. E, na medida em que as folhas iam ficando escritas, ele se deu conta do quanto ela o ajudara a crescer e a se conhecer melhor. Ele teria sido uma pessoa diferente sem ela.
Quando, uma hora mais tarde, o treinador retornou, Paulo se fora. Deixou um bilhete sobre a mesa que dizia apenas: "Treinador, obrigado pela lição. Acho que é verdade quando dizem que é melhor amar e perder do que jamais ter amado. A gente se vê no treino."
O amor tem sempre um final feliz. Mesmo quando você discorda.
Comments:
Posted
7:11 PM by Cassiano Leonel Drum
O Diamante
O Hindu chegou aos arredores de certa aldeia e aí sentou-se para dormir debaixo de uma árvore. Chega correndo, então, um habitante daquela aldeia e diz, quase sem fôlego:
- Aquela pedra! Eu quero aquela pedra.
- Mas que pedra? Pergunta-lhe o Hindu.
- Ontem à noite, eu vi meu Senhor Shiva e, num sonho, ele disse que eu viesse aos arredores da cidade, ao pôr-do-sol; aí devia estar o Hindu que me daria uma pedra muito grande e preciosa que me faria rico para sempre.
Então, o Hindu mexeu na sua trouxa e tirou a pedra e foi dizendo:
- Provavelmente é desta que ele lhe falou; encontrei-a num trilho da floresta, alguns dias atrás; podes levá-la! E assim falando, ofereceu-lhe a pedra.
O homem olhou maravilhado para a pedra. Era um diamante e, talvez, o maior jamais visto no mundo.
Pegou, pois, o diamante e foi-se embora. Mas, quando veio a noite, ele virava de um lado para o outro em sua cama sem conseguir dormir. Então, rompendo o dia, foi ver novamente o Hindu e o despertou dizendo:
- Eu quero que me dê essa riqueza que lhe tornou possível desfazer-se de um diamante tão grande assim tão facilmente!
Autor desconhecido
Comments:
Posted
6:45 AM by Cassiano Leonel Drum
Diversificar é a palavra de ordem
Empresas incrementam serviços prestados e ganham em competitividade no mercado
Silvana Caminiti
Diversificar o mix de produtos e serviços ou mesmo lançar um produto de marca própria são estratégias que podem ajudar uma empresa a se sobressair. Alguns setores, como o dos bufês, por exemplo, apresentam concorrência bastante acirrada e ter algo mais a oferecer pode ser fundamental na hora em que o cliente faz sua escolha por esta ou aquela empresa.
Há 15 anos no mercado, o MR Bufê, empresa carioca com escritórios no Shopping Downtown e no Méier, resolveu ampliar seu leque de serviços exatamente para destacar-se frente aos concorrentes. O serviço de chá personalizado oferecido pela empresa vem fazendo grande sucesso entre os clientes, não só por dar um toque mais requintado à festa, mas também por não representar custos adicionais.
O serviço de chá é usado para fechar a festa, com requinte e bom gosto. O cardápio do serviço é bastante diversificado, incluindo diversos tipos de doces, além de chá, chocolate e café, conta o empresário Mário Cícero Berti Muniz, dono da marca.
Ele explica que, além do bufê, a empresa também oferece serviços de foto e filmagem, decoração, som e iluminação, e conta que essa diversificação é um dos diferenciais da marca.
Procuramos oferecer um serviço mais completo possível, e a preço acessível. Esse é o segredo do sucesso do bufê, que hoje chega a servir, em um dia, 2.500 pessoas, explica. Muniz lembra que, para ter sucesso nesse ramo de negócio, é preciso estar atento às novidades que surgem no mercado e participar de eventos relacionados a festas, como a 11 ª Expo Noivas e Festas Infantis, que será aberta amanhã, no Riocentro.
MR Bufê: (21) 2592-9644
www.mrbuffet.com.br
Comments:
Posted
6:41 AM by Cassiano Leonel Drum
DAC suspende venda de passagem aérea a R$ 50
Gol informa ter negociado 30 mil tíquetes em poucas horas antes de a iniciativa ser cancelada pelo governo
A guerra de preços travada pelas companhias aéreas brasileiras caiu na mira do Departamento de Aviação Comercial (DAC), que ontem suspendeu algumas promoções da Gol, da TAM, da Varig e da Vasp. Forte candidata a se tornar a maior promoção de passagens áreas do ano, a "Viaje por R$ 50", lançada ontem às 7h30min pela Gol, foi suspensa menos de 12 horas depois. O DAC, órgão que regula o setor, alegou haver indícios de que o produto estava sendo vendido com preços inferiores aos custos.
O problema, segundo o DAC, é que esta diferença caracterizaria o crime de dumping (venda do produto a preço inferior ao valor gasto com a produção, com a finalidade de eliminar concorrentes). Antes que a promoção fosse suspensa, porém, a Gol já havia vendido 30 mil passagens por R$ 50, de acordo com a empresa. Os clientes que adquiriram os bilhetes poderão utilizá-los sem problemas, garantiu ontem a companhia.
O DAC informou que a Gol terá cinco dias para apresentar sua planilha de custos para comprovar que não estava praticando dumping ao vender passagens aéreas por R$ 50. Se conseguir demonstrar que os preços estavam compatíveis com os custos, a empresa poderá retomar as vendas, já que a suspensão é temporária. Em comunicado oficial, a Gol informou que "procurará o DAC para apresentar as planilhas que fundamentam a promoção".
Apesar de não ter a função de gerenciar preços, o DAC, por meio da assessoria de imprensa, informou que cabe ao órgão intervir quando algum tipo de ação se torna nociva ao setor como um todo. Uma fonte do mercado informou que a medida se deve à promoção da Gol, que "acendeu a luz vermelha":
- A diferença entre os preços das passagens aumentou muito. A Gol terá de explicar: se consegue vender bilhete a R$ 50, por que está cobrando mais nas outras passagens? O mesmo terá de ser feito pelas outras companhias, cujas promoções seguiam os movimentos da Gol.
Guerra de tarifas começou no início do ano
Até a suspensão da promoção pelo DAC, a venda de passagens aéreas por R$ 50 parecia acirrar a guerra de tarifas travada desde o início do ano pelas companhias com os vôos noturnos e seus preços reduzidos em até 80%, em alguns casos. Oficialmente, as empresas aéreas não entraram em detalhes sobre a medida do DAC.
A Varig limitou-se a informar que vai cumprir o que o órgão solicitar e que teve suspensa a promoção feita no programa Ofertas Brasil. A empresa informou que as vendas efetuadas até ontem serão honradas e que tomará uma decisão definitiva sobre o assunto. A direção da TAM não havia sido comunicada oficialmente sobre a suspensão e desconhecia quais das suas promoções estavam sendo proibidas. A Vasp também não havia sido comunicada oficialmente da decisão até o início da noite, conforme a assessoria de imprensa da empresa.
Comments:
Posted
6:37 AM by Cassiano Leonel Drum
Liberato Vieira da Cunha
11/05/2004
O olhar da andorinha
Por causa de uma ferida que me abriram no peito, há 25 anos não visitava o Rio. Quando os vôos internacionais ainda escalavam por lá, jamais deixava os limites do aeroporto. Tinha medo de que aquela dor dilacerante e funda e irremediável tornasse a me golpear ao simples reencontro com os cenários onde penou e morreu, na treva de sua lúcida desesperança, uma menina talentosa e linda, que encantava quantos a vissem; só não encantava a si mesma.
Mas o tempo põe e Deus dispõe. Voltei agora ao Rio, digamos, a negócios: foi pelo menos o que escrevi na ficha de registro do hotel. Procurei também, quanto possível, não me afastar de Ipanema, primeiro porque ali transcorreu um dos períodos em que ela foi feliz; e depois porque me falaram que o bairro é um raro espaço de serenidade numa cidade dividida contra si própria.
Já não recordava quanto o outono carioca é belo. O mar imerge num azul cobalto, a temperatura é civilizada, uma aragem calma tira os plátanos e as amendoeiras para dançar.
De manhã e à tarde dedicava as horas a questões de meu ofício. À noite ancorava na mesa de bar onde Tom e Vinicius compuseram certa canção em louvor de outra garota, e que já ouvi interpretada até em grego, na Ilha de Patmos. O ambiente era decididamente cosmopolita, os garçons atenciosos e o uísque, honesto. Apesar disso, o local é avaro no tributo a seus dois mais ilustres freqüentadores. A rua homenageia o Poetinha, mas a decoração interna exibe tão-somente duas escassas fotos do criador de Águas de Março; por esquisitas razões ornam as paredes desproporcionais imagens de Frank Sinatra.
Não notei, neste maio, nem em Ipanema, nem nas vizinhanças, sombra do ancestral bom humor dos nativos. Perdoem se erro, mas os cariocas me transmitiram uma difusa impressão de conformismo, quase de melancolia. Há de ser a época, que se travestia de esperança e nos envolveu a todos numa sensação de desalento. Não topei contudo com nenhum episódio de violência e as balas perdidas me evitaram cuidadosamente.
Fui poupado também de idas, doídas memórias de 25 anos atrás. D., a menina que só não encantava a si mesma, quem sabe habite hoje o suave balanço das palmeiras, as areias douradas, o caprichoso desenho das montanhas; ou talvez seja a andorinha que pousou meio segundo em minha sacada e me fitou com instantânea ternura.
liberato.vieira@zerohora.com.br
Comments:
Posted
6:36 AM by Cassiano Leonel Drum
Moacyr Scliar
11/05/2004
E daí?
Quero deixar bem claro já de início: na qualidade de médico de saúde pública - e de abstêmio contumaz -, eu preferiria que nosso presidente recusasse bebida alcoólica. Mas sei, até por experiência própria, que isto é impossível. A maior parte das pessoas se inclui na categoria de bebedores sociais, e isto significa que não dá para recusar vinho ou cerveja numa festa: os anfitriões nos olham como se fôssemos doentes ou membros de alguma estranha seita.
A pergunta, contudo, se impõe e, no caso de Lula, foi desencadeada pela matéria do New York Times: até que ponto o uso de bebida por um presidente influi nos destinos de um país? Colocando um exemplo específico: digamos que o presidente, sob a influência de alguma bebida, quisesse elevar a taxa de juros para 50% ao ano, ou, ao contrário, baixá-la para 0% ao ano. Isto aconteceria?
É óbvio que não. Quem governa é o governo, não é o presidente, e o caso brasileiro mostra-o à exaustão. A matéria do New York Times corresponde a uma fantasia norte-americana segundo a qual o presidente é, na realidade, um rei, um imperador, com todos os poderes à disposição da famosa vontade política. Daí o endeusamento ou a demonização - esta última claramente exemplificada pelo caso Clinton-Monica Lewinsky.
Não é assim. Felizmente não é assim. Os governantes, e sobretudo os governantes democráticos, exercem sua atividade num contexto de que fazem parte equipe governamental, os poderes da República e por último, mas não menos importante, a opinião pública. Alcoolismo pode prejudicar uma imagem (principalmente quando chega à mídia), mas a democracia tem maneiras de corrigir seus efeitos muito antes da ressaca.
Não são os hábitos do presidente que devem chamar a nossa atenção, mas sim os números que falam de renda, de emprego, de saúde, de educação. O presidente tomou uma caneca de cerveja? E daí? Mais do que comentários sobre o uso de bebidas por um presidente, precisamos de um mergulho na realidade.
scliar@zerohora.com.br
Comments:
Posted
6:34 AM by Cassiano Leonel Drum
Paulo Sant'ana
11/05/2004
O limite máximo
No mês passado, quando daquele tarifaço da gasolina que elevou o preço do produto para R$ 2,17 nos postos da Capital, além é claro de considerar o preço exagerado, concluí pelos meus leigos estudos que o preço admissível para a gasolina em Porto Alegre era de R$ 2 ou até o limite de R$ 2,05. Lembram-se os leitores?
Depois, com a discussão que se travou sobre o assunto (entre leitores e o colunista), escrevi mais duas vezes que o preço admissível para a gasolina nos postos de nossa cidade era até um limite de R$ 2,05.
Entenda-se, para o que chamo de preço admissível, uma quantia que remunere dignamente o fornecedor e seja suportada pelo consumidor como tolerável, em face do mercado (preço da gasolina ao redor de Porto Alegre e nos outros Estados).
É bom que se frise que a gasolina chega aos postos de Porto Alegre ao preço de custo entre R$ 1,73 e R$ 1,77.
Se fosse elevada até o limite que esta coluna considerou por três vezes suportável (R$ 2,05), o lucro dos postos de gasolina chegaria em torno de 16%, muito maior do que era ao tempo em que o produto se mantinha tabelado.
Anteontem, havia uma novidade nos postos de gasolina porto-alegrenses: um minitarifaço de cerca de R$ 0,10 por litro.
A gasolina comum custava em torno de R$ 1,95, passou a custar anteontem em torno de R$ 2,05.
O mercado é silencioso, mas eu entendi o seu recado.
Na falta de um critério que fixe os preços da gasolina em Porto Alegre e nas outras cidades gaúchas, em face da omissão das autoridades para coibir os excessos e os cartéis, visivelmente os postos de gasolina de Porto Alegre resolveram adotar o critério deste colunista.
Só posso interpretar assim, tal a impressionante coincidência do preço ter batido anteontem exatamente na cifra que esta coluna tinha considerado como o máximo aceitável.
Eu sei que em Canoas a gasolina estava mais barata e ainda deve estar: cerca de R$ 0,10 a menos que em Porto Alegre.
Pode haver alguns consumidores que reclamem que esta coluna considerou como preço máximo aceitável uma quantia excessiva.
Mas é que, à falta de qualquer serviço controlador ou repressivo, de repente o jornalismo acaba por se erigir numa agência reguladora.
E acabaram os postos, depois de baixarem o preço de R$ 2,17 para R$ 1,95, elevando-o finalmente anteontem para R$ 2,05, o preço máximo admitido informalmente por esta coluna como razoável.
Torce-se agora para que o preço permaneça nesse patamar e, caso tenha flutuações, seja cobrado abaixo desse índice.
Mais que R$ 2,05 é exagero e claro que provoca no consumidor uma sensação de que está sendo explorado. Isso parece imperceptível, mas quem compra acusa instintivamente quando quem vende está cometendo excesso.
psantana.colunistas@zerohora.com.br
Comments:
Posted
6:31 AM by Cassiano Leonel Drum
Governo Federal
Pose de cacique em Brasília
Índios xavantes registram a tentativa de Lula de usar o cocar ganho de presente em audiência no Planalto (foto J. Freitas, ABR/ZH)
Comments:
Segunda-feira, Maio 10, 2004
Posted
10:37 PM by Cassiano Leonel Drum
10/05/2004 - 20h08m
Governo enviará projeto de lei proibindo os bingos e caça-níqueis
Bernardo de la Peña - O Globo
BRASÍLIA - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva decidiu nesta segunda-feira enviar um projeto de lei, em regime de urgência, ao Congresso para proibir o funcionamento de bingos e máquinas de caça-níqueis no país. O objetivo do governo é restaurar os efeitos da medida provisória que impedia o funcionamento das casas de jogos, arquivada na quarta-feira passada pelo plenário do Senado. O anúncio foi feito pelo porta-voz da Presidência da República, André Singer.
Segundo Singer, o governo pretende também intensificar os esforços para derrubar na Justiça as liminares que permitem o funcionamento de casas de bingo e caça-níqueis. A Polícia Federal, por determinação do presidente, também deve atuar no fechamento das casas e máquinas de jogo.
Ao receber no Palácio do Planalto representantes de 25 organizações indígenas, o presidente Lula fez um desabafo sobre as dificuldades que o governo enfrenta na Justiça para manter os bingos fechados e as máquinas caça-níqueis sem funcionar.
- Vocês sabem o poder que tem um juiz numa cidade. Vocês vejam que fiz uma medida provisória proibindo o bingo e eles conseguem uma liminar num estado qualquer e colocam para funcionar - afirmou o presidente.
O relato foi gravado pelos índios e foi feito pelo presidente quando falava das dificuldades para demarcação de terras indígenas que esbarram em decisões judiciais.
- Aliás, fiz a medida provisória porque já tinha uma lei que proibia o bingo. Fiz porque havia 11 estados que já tinham conquistado liminares. Fiz a medida e passou um mês sem acontecer nada. Depois, já tinha vários estados com liminares. Então, vocês conhecem este poder. Não precisa eu aqui estar justificando - explicou Lula aos índios.
A decisão do presidente de enviar o projeto de lei ao Congresso foi tomada depois da reunião da coordenação política do governo no Palácio do Planalto. Lula analisou todos os estudos que haviam sido feitos pelo governo sobre o tema e acabou decidindo pelo envio do projeto. Na semana passada, no governo chegou a estudar a edição de uma outra medida provisória. Segundo Singer, o projeto deve ser enviado o mais rápido possível ao Congresso.
- O estudo pedido pelo presidente Lula concluiu que o melhor meio para impedir o funcionamento dos bingos e caça-níqueis é encaminhar ao Congresso um projeto de lei nos mesmos termos da medida provisória que proibia os bingos. O governo também vai intensificar os esforços para derrubar as liminares que permitem o funcionamento de bingos e máquinas caça-níqueis - anunciou Singer.
Comments:
Posted
10:29 PM by Cassiano Leonel Drum
Grêmio contrata o meia Felipe Melo
Segunda, 10 de maio de 2004, 21h42
Alexandre Praetzel
O Grêmio contratou o meia Felipe Melo do Cruzeiro. O jogador não estava sendo aproveitado no time mineiro e assinou contrato até o final do ano com o Grêmio adquirindo parte dos seus direitos federativos.
Felipe tem 20 anos e começou sua carreira no Flamengo. O garoto foi campeão brasileiro em 2003 e campeão mineiro nesta temporada.
Pela seleção Sub-20, Felipe Melo disputou o Sul-Americano do Uruguai, no ano passado.
O Grêmio ainda promete um goleiro, um zagueiro e mais um atacante. Bom pelo menos estão pensando mais sério nisso em que uma direção de um clube deveria pensar.
Comments:
Posted
10:26 PM by Cassiano Leonel Drum
Segunda, 10 de maio de 2004, 14h14
Cadelinha pede uma ambulância, a polícia responde
Atendentes de um serviço de emergência não conseguiram entender uma palavra sequer do que lhe diziam ao telefone, então mandaram uma equipe para investigar.
Não havia nada de errado com Raia, afora ser uma cachorrinha. Segundo a rede pública de rádio da Noruega NRK, latir ao telefone foi sua maneira de se comunicar.
Lars Letnes, do distrito de polícia de Nord-Troendelag, disse que receberam uma chamada no número de emergência médica 113, aproximadamente à uma hora da manhã de ontem. Os operadores de telefones tentaram falar com quem estava chamando, mas só ouviram um som arfante, como um latido.
"Eles estavam com medo que alguém precisasse de ajuda e estava tentando dizê-lo então pediram ajuda à polícia", disse Letnes à NRK.
A polícia foi até a casa, tocou a campainha e acordou Aleksander Elden, cuja família é dona do Elkhound Norueguês de quatro meses.
"Só pode ter sido ela quem fez a ligação. Só ela estava em casa", disse Elden à Associated Press por telefone, dizendo, ainda, que encontrou a cachorrinha deitada no chão, próxima ao telefone.
A polícia encarou a confusão com bom humor.
"Em nosso relatório diz que o garoto que estava em casa não achou que a cadela estivesse com algum tipo de dor e concluiu que ela provavelmente havia discado o número errado", disse Letnes.
Comments:
Posted
6:50 AM by Cassiano Leonel Drum
NUTRICIONISTAS
Um prato cheio de oportunidades
Nutrição se caracteriza como carreira promissora no mercado, ao oferecer vagas em diversos campos de atuação, como restaurantes, escolas e clubes de futebol
Marcella Franco
Num país como o Brasil, onde comer bem é privilégio de poucos, parece estranho que uma das profissões de maior expansão no mercado seja ligada justamente à alimentação. Mas o fato é que a nutrição, profissão existente desde 1939, além de se preocupar em oferecer comida mais saudável às pessoas, busca também melhorar a qualidade de vida e cidadania desses indivíduos. Daí seu sucesso entre os cursos de Nível Superior.
Segundo dados do Conselho Regional de Nutrição do Rio de Janeiro (CRN-RJ), o Brasil contabiliza 180 faculdades formando nutricionistas, sendo que a maior concentração delas se encontra nos Estados de São Paulo e Minas Gerais. Registramos uma procura muito grande por essa profissão ao longo dos últimos seis anos, confirma Lúcia Andrade, 37 anos, presidente do CRN-RJ.
Nutricionista é aquele profissional responsável por buscar, através de seus instrumentos, a prevenção de doenças e a manutenção da saúde. Para seguir essa carreira, há duas possibilidades: cursos de Nível Técnico, com duração de dois anos, e Superior, de quatro anos. Existem poucos do primeiro tipo no Rio, mas o Conselho inscreve as duas categorias, diz Lúcia.
Em ambos os casos, grande maioria dos alunos é de mulheres, transformando a Nutrição numa carreira majoritariamente feminina. Na minha turma da faculdade, éramos 35 alunas e apenas um homem, lembra Maria Inês Abreu Deseta, 41 anos, nutricionista do grupo de restaurantes carioca Porcão.
Isso é porque o ato de nutrir está automaticamente vinculado à figura da mulher, acredita a presidente do CRN-RJ. Mas ela ressalta: Esse é um estigma que está mudando aos poucos, através do aumento das áreas de atuação. Agora há o campo dos esportes, por exemplo, que faz com que cresça o número de homens interessados.
E é justamente essa nova possibilidade de trabalho, ligada à área esportiva, que parece oferecer mais vagas para os profissionais recém-formados. Clubes de futebol e academias, por exemplo, têm investido cada vez mais no quadro médico através da contratação de nutricionistas para acompanhamento dos atletas e clientes.
Cristina Caldas, 42 anos, decidiu partir para a nutrição desportiva depois de passar oito anos no Estaleiro Mauá, preparando o cardápio de 8 mil funcionários. Hoje a nutricionista se dedica, ao lado de uma colega, à alimentação dos jogadores da Confederação Brasileira de Vôlei, concentrada em Saquarema, no Estado do Rio.
A primeira equipe com que trabalhei era do Bernardinho (técnico da Seleção Brasileira Masculina) e, por saber que ele é exigente, tive de ficar atenta a todos os detalhes, lembra Cristina, formada há 20 anos. Essa é uma área em que se trabalha muito, mas ela é bastante promissora e gratificante.
Dica para iniciantes é definir especialização durante o curso
Outro campo que entusiasma os recém-formados é aquele ligado às escolas. Responsável por supervisionar a alimentação das crianças, e ainda promover uma reeducação alimentar tanto no ambiente escolar quanto em casa, esse tipo de profissional tem encontrado ultimamente bastante espaço nos colégios privados.
A criança trabalha muito com a lógica. Por isso, é preciso envolver os pais, que são o exemplo delas, através de circulares e reuniões, para estender os hábitos saudáveis além da escola, acredita Márcia Regina Mazalotti Teixeira, 41 anos, nutricionista-chefe do Centro Educacional Miraflores.
Uma boa dica dos profissionais para quem se interessa por esta carreira é definir, ao longo do curso, o campo em que se pretende atuar, e daí buscar a especialização devida. Foi o que fez Maria Inês, do Porcão. Formada em 1984 pela Universidade Federal Fluminense (UFF), ela vem trabalhando desde então com aquilo que mais gosta: empresas de refeição-convênio e restaurantes.
Há cinco anos no grupo de churrascarias, Maria Inês já estagiou na Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), e passou 11 anos na Varig, onde cuidava da segurança alimentar da companhia. Nesse tipo de trabalho é preciso tomar cuidado com os temperos, por causa da contaminação. Não se deve colocar esse tipo de alimento em produtos que serão estocados por muito tempo, explica.
As refeições no avião têm de ser bem leves e de fácil digestão, não se pode arriscar, completa ela, que agora faz parte de uma equipe multidisciplinar de quatro funcionários, que faz diariamente vistorias nas seis casas do Porcão. Nosso principal papel é fazer a análise de amostragens e controlar a qualidade dos alimentos servidos, desde o fornecimento, estocagem até a apresentação, diz.
Comments:
Posted
6:44 AM by Cassiano Leonel Drum
Mineirinho fantástico
Sandro Dias fartura o bi do X Games Latino e ainda faz o 900º para delírio da galera
Marcelo Fefer
Dona Leila Dias viveu um Dia das Mães inesquecível, ontem. Assistiu ao vivo seu filho Sandro Dias, o Mineirinho, campeão mundial de skate vertical no ano passado, conquistar o bicampeonato da modalidade no X Games Latino, na Praia do Leme, e completar, após a competição, uma manobra que ele buscava desde agosto e que só dois atletas em todo mundo haviam feito até então: o 900º, em que dá duas voltas e meia no ar antes de aterrisar novamente no half pipe.
Foi maravilhoso, emocionante. Dedico o 900º a todas as mães. Ele prometeu que ia me dar de presente e cumpriu. Fiquei preocupada de atrapalhá-lo vindo aqui, por causa da emoção, mas felizmente deu tudo certo, vibrou Leila Dias, cujo estado de felicidade só era superado pelo próprio Sandro.
Mineirinho ficou com o título graças à nota 94,33 que recebeu em sua terceira volta e dividiu o pódio com Bob Burnquist (91,0), que sofreu uma lesão no ombro esquerdo em sua última passagem, e Digo Menezes (78,67), os outros dois brasileiros que já levaram o título mundial de skate vertical. Mas após o fim do competição, ele queria falar era sobre o 900º.
Comecei a treinar em agosto. Cheguei perto no fim do ano passado, mas sempre caía. Nem em treino tinha conseguido. O mais perto que tinha chegado foi na eliminatória de sábado, onde cheguei a aterrisar em pé, mas logo caí. Aí percebi que hoje (ontem) eu ia acertar, contou Sandro, que já pretende colocar a manobra na sua rotina de competição já no próximo evento que vai comparecer, em Cleveland, nos EUA, no fim do mês.
Antes de Sandro, apenas o americano Tony Hawk (na competição de melhor manobra do X Games de 1999) e o italiano Giorgio Zattone (em abril) haviam completado o 900º, mas de maneira distinta. Eles seguram de mute air, por dentro da perna, e eu de backside, por fora do skate, explicou Sandro, que preferiu não tentar acertar o 900º nas três voltas que deu na final ¿ a manobra saiu em sua nona tentativa após o fim da competição de skate vertical.
Queria fazer tudo certinho no campeonato, brigar pela medalha de ouro, ficar focado, e depois buscar o 900º, comentou Sandro, que estava feliza também pela presença de seu pai, Afonso, que raramente o vê competir.
Meu paI só me vê pela TV. Ele só tinha ido uma vez em uma campeonato em São Paulo, assistiu por 10 minutos e foi embora. Aqui, fez coisas que eu jamais imaginei. Ontem, estava caminhando comigo e quando a molecada veio pedir autógrafo, ficou esticando as camisetas para eu assinar. Foi uma realização para mim, disse Sandro, que não se mostrou contrariado por ter sido esquecido na relação dos condutores da Tocha Olímpica no Rio. O skate estará bem representado pelo Bob, afirmou Mineirinho.
Comments:
Posted
6:40 AM by Cassiano Leonel Drum
Frustrante!
DAVID COIMBRA
O modorrento empate em 0 a 0 entre Inter e Fluminense, ontem à tarde, no Beira-Rio, foi embalado por uma rima gritada das arquibancadas desde o começo da partida: "Lori, pede pra sair! Lori, pede pra sair!"
Revoltada com a desclassificação do time na Copa do Brasil, no meio da semana, e com a apatia que a equipe demonstrava ao vivo, diante de seus olhos, a torcida foi inclemente com o treinador. Mas Lori Sandri não tinha mesmo muitas alternativas. Nilmar, Diego, Chiquinho e Wellington, lesionados, não podiam jogar, e os novos contratados, Danilo, Rogério e Toledo, ainda não estão liberados. O técnico, assim, teve de montar um esquema com três zagueiros, apostando na movimentação dos alas Gavilán e Alex como arma de ataque.
No começo, a tática parecia que ia dar certo. O Inter avançava com alguma eficiência, especialmente graças ao empenho de Gavilán. Aos 11 minutos, surgiu a primeira oportunidade. Depois de um escanteio, Vinícius bateu de chapa na bola e ela saiu a um palmo da trave esquerda. Aos 12, Cleiton Xavier chutou forte, e Fernando Henrique espalmou a escanteio. Na cobrança de Gavilán, a bola fez uma curva na direção do gol, Oséas pulou para tentar alcançá-la, mas chegou atrasado - ela saiu a um metro de distância da goleira. Foram três situações em seqüência.
Depois disso, porém, o Fluminense começou a tocar a bola, liderado por Roger, que, além de ser o namorado de Adriane Galiesteu, ostenta o predicado de ter muita habilidade. Resultado: o jogo ficou equilibrado. Mas se tornou monótono, pastoso, lateral. Aos 40, foi o Fluminense que quase marcou - Roger driblou Edinho pela direita, entrou na área, levantou por cima de Clemer, mas Tiago errou a cabeçada.
No segundo tempo, o criticado Lori Sandri colocou Diogo no lugar de Alex. O Inter melhorou. Não só por isso, claro, mas porque todo o time parecia mais animado. Rafael Sóbis passou a arriscar de fora da área, Fernando Henrique teve de fazer algumas defesas difíceis, como uma aos 16 minutos e outra aos 33. Verdade que, do outro lado, Clemer também se destacava, como aos 26, quando espalmou um chute potente de Roger para escanteio, e aos 34, ao defender um chute de Tiago.
No final, aos 46, o Fluminense é que perdeu a melhor chance: Alessandro entrou livre na área e chutou rasteiro e cruzado, na trave. Até por isso o empate foi justo, mas a torcida não perdoou o treinador. Cerca de 60 torcedores foram para frente do portão de saída dos jogadores e ficaram a entoar a rima fácil e sonora: "Lori, pede pra sair! Lori, pede pra sair!"
Comments:
Posted
6:37 AM by Cassiano Leonel Drum
Nei Lisboa
10/05/2004
Techno de breque
Para começar, sincronize uma levada do James Brown com uma gravação ao vivo do Olodum. Depois, escolha o baixista, serve qualquer um dos melhores do mundo, estão todos no cardápio do sampler. Deixe que o programa se encarregue de executar a harmonia, vá somente escolhendo os acordes e editando parte por parte. Por último, brinque com os parâmetros do sintetizador até produzir os ruídos mais bizarros que conseguir. Pronto, agora é só transpor a voz da Elizeth Cardoso e jogar por cima. O resultado pode não agradar a sua avó, mas é assim que se faz música, hoje em dia, por aí.
Lembro de quando a informática explodiu na área das artes gráficas. Profissionais da antiga, escolados e experientes, escabelavam-se com a legião de neodesenhistas a despejar bolinhas de gradiente feitas no CorelDraw. Alguns processos e também algumas profissões simplesmente sumiram do mapa. Mas não havia tempo sequer para secar as lágrimas, era adaptar-se o mais rápido possível ou jogar no ralo da obsolescência décadas de aprendizado e trabalho árduo, junto com o próprio emprego. Também nunca ouvi falar de sobreviventes tiquetaqueando sua máquina de escrever num canto de redação. Escritores? Pode ser, talvez ainda haja quem resista.
Mas o que me pergunto mesmo é como interagimos com as novas tecnologias em termos de conteúdo. Fica bem mais fácil gravar o Demônios da Garoa num estúdio digital, não há o que discutir. A questão é o quanto vão sair impunes disso ou, fascinados pelo processo, regravar o repertório do Adoniran Barbosa em versão techno. Ou irão inventar o techno de breque?
Que impacto terá tido o computador, não sobre a velocidade, não sobre a correção ortográfica, mas sobre o estilo do que se escreve hoje? As bolinhas de gradiente eram uma opção estética legítima ou somente um recurso pobre mais evidentemente oferecido pelo programa? A guitarra inventou o rock'n'roll? Eram os deuses astronautas?!
Sei lá, por enquanto. Pretendo descobrir em breve. Estou fuçando em brinquedinhos novos, com a promessa de que daqui a seis meses, quando finalmente decifrar a função do último botão do teclado e do último item do último menu dos programas, aí então vou compor, gravar e mixar um CD duplo em quarenta e cinco minutos.
De música instrumental, quem sabe, se a essa altura meu cérebro houver se transformado numa bola de gradiente do CorelDraw, e já que ainda não inventaram um programa de computador que escreva as letras por nós. Ou já?
Comments:
Posted
6:35 AM by Cassiano Leonel Drum
Luis Fernando Verissimo
10/05/2004
Velhos e novos bárbaros
Napoleão Bonaparte e Adolf Hitler, entre outros, sonharam com a pan-Europa que, com a inclusão de mais 10 países no último 1° de maio, se tornou uma realidade irreversível. Os antecedentes da União Européia são assim, alguns mais respeitáveis do que outros. Durante muito tempo, depois da tentativa de Carlos Magno de substituir o império romano pelo seu, uma identidade européia se definia mais pelo que não era do que pelo que era: cristã e não muçulmana, civilizada em vez de bárbara (e portanto com o direito de subjugar e europeizar os bárbaros - isto é, o resto do mundo).
Li que um dos primeiros a ter uma idéia de Europa como entidade foi o papa Pio II e o que o animava era uma oposição aos turcos, sempre os turcos, e ao poder do cristianismo dissidente do império bizantino. A idéia da Europa era uma idéia de oposição, e de superioridade racial ou moral. Hitler chegou tão longe no seu projeto de Carlos Magno porque muitos o viam como a salvação da civilização européia ameaçada pelas novas hordas asiáticas, os bolcheviques. No tempo em que, para a mentalidade européia, o Oriente começava no lado de lá do Danúbio, onde havia sempre algum tipo de flagelo de Deus acampado.
A pan-Europa atual tem outra genealogia e sua origem direta está no grande paradoxo da sua vida e do nosso tempo: o fato de que os dois maiores exemplos de barbárie da História, a carnificina mecanizada da I Guerra e o genocídio científico da Segunda, foram dados pelos não-bárbaros cristãos. O objetivo básico de uma Europa unificada é que isso não se repita. A incorporação, agora, de países da ex-Cortina de Ferro soviética simboliza o fim de outra divisão antiga: a Guerra Fria oficialmente acabou e os americanos ganharam.
O bloco econômico formado pela União, mesmo que exista para competir com a potência americana, é um triunfo da economia liberal de mercado, cuja receita agora se estende aos países do ex-Pacto de Varsóvia, onde os McDonald's e a Nike tinham chegado antes. Também significa que a fronteira piscológica entre Ocidente e Oriente andou um pouquinho mais pra lá. Só não querem, ainda, os turcos. Certos ressentimentos custam a acabar.
Mas na medida em que a nova Europa tenta fazer o que os gregos não conseguiram, reagir a Roma e recuperar sua relevância histórica, a União pode ser vista, ou pelo menos imaginada, como uma alternativa a bárbaros do outro lado, os hoje liderados por Bush, o Flagelo do Texas.
Há leves indícios de um renascimento da esquerda, como na Espanha, na França e em outros países europeus mas, independentemente da ideologia, a própria idéia de uma pan-Europa agregadora é uma idéia solidarista. Pode voltar a ser uma idéia de resistência da civilização, desta vez no bom sentido.
Comments:
Posted
6:33 AM by Cassiano Leonel Drum
Paulo Sant'ana
10/05/2004
O hermafroditismo
Escrevi duas colunas dizendo ser insustentável a posição do senador Paulo Paim (PT-RS) dentro do PT.
Não é lógico que permaneça no PT um senador que prega tudo que o governo do PT se recusa a fazer, com a agravante de que se desgasta o partido e ganha dividendos políticos e eleitorais o senador. O PT, partido do governo, e o senador Paim são incompatíveis, acrescentei.
O senador Paim escreveu a esta coluna nas duas vezes, tendo amavelmente discordado do meu ponto de vista. Publiquei as respostas do senador.
Eis que ontem o Jornal do Brasil publicou uma entrevista de página inteira com o senador Paim, na qual ele declara o seguinte: "Estou desconfortável, angustiado, constrangido em não poder dialogar com um governo que sonhei e ajudei a eleger. Não tenho espaço".
Não tem espaço? Mas como? Foi exatamente isso que diagnostiquei nas duas colunas!
Como é então que nas duas cartas-resposta que me mandou o senador Paim encarecia ser do maior valor a sua posição contrária ao governo?
E ressaltava importância exatamente a esse espaço de oposição dentro do governo que ele vinha exercendo.
Agora diz que não tem espaço? Isso eu escrevi antes dele, aliás a minha impressão era a impressão geral: essa falta de jeito incompreensível de fazer oposição estando no governo.
Mas essa náusea política de que se acomete o senador não é o mais grave.
O mais grave é que o presidente Lula está possuído do mesmo sentimento: declarou que o salário mínimo tinha de ser maior e que não eram justas as alíquotas do imposto de renda que recaem sobre os trabalhadores.
Ao mesmo tempo, o presidente passou a reunir todas as forças para manter no Congresso o salário mínimo que decretou e, descumprindo sua promessa, não moveu uma palha para diminuir a carga do imposto de renda sobre os trabalhadores, aumentada profundamente por não ter o seu governo reajustado as tabelas do tributo sobre os assalariados.
Quer dizer: é intragável que o governo do PT faça o que o Paim e o Lula abominam. Isso não resiste às mínimas cartilhas do raciocínio lógico.
O povo e seus eleitores tinham que ter pelo menos o direito de distinguir claramente quem é governo e quem é oposição.
Cria-se pela primeira vez no país o instituto do hermafroditismo político-ideológico.
Na marcha que vai, podemos assistir a um fenômeno nunca antes visto na política brasileira: Lula e Paim, na campanha eleitoral pela reeleição do presidente, em 2006, pregando contra o governo nos palanques!
Parece até que já estou vendo o slogan do PT: "Vote contra o governo, vote em Lula e em Paim".
Isso até parece estratégia para sufocar o PFL e lançar a oposição a um vazio existencial.
psantana.colunistas@zerohora.com.br
Comments:
Posted
6:31 AM by Cassiano Leonel Drum
Terrorismo
Atentado mata presidente da Chechênia
Explosão sacudiu o estádio de Grozny, onde Akhmad Kadyrov celebrava a vitória soviética na II Guerra Mundial (foto Musa Sadulayev, AP/ZH)
Comments:
Domingo, Maio 09, 2004
Posted
10:09 PM by Cassiano Leonel Drum
Entenda o vírus Sasser
Vírus afeta principalmente micros domésticos, diz Network Associates
O virus Sasser é a última ameaça para os usuários do Windows. O que é, o quanto ele é perigoso e o que você pode fazer para se precaver?
O que é o virus Sasser?
Sasser é um programa que se aproveita de uma brecha no Windows. É diferente de um vírus comum transmitido por e-mail e que se torna ativo quando o usuário começa a baixar um documento anexado.
O Sasser pode ser transmitido sozinho, sem intervenção humana. Os computadores podem ser infectados apenas se conectando à Internet. O vírus, no entanto, afeta apenas versões atuais do Windows XP e Windows 2000.
Quais danos ele causa?
Ele faz alguns computadores ¿travarem¿ e se reiniciarem. Ao que tudo indica, entrentanto, o vírus não causa danos permanentes a arquivos ou à maquina. Computadores infectados passam a transmitir o Sasser, em busca de novas vítimas.
Até agora foram encontrados quatro tipos do vírus na internet. A versão mais recente, chamada de Sasser D, é tão agressiva na busca de novas vítimas, que pode congestionar redes inteiras. Isso torna as redes bem mais lentas.
Como ele é transmitido?
Especialistas de segurança acreditam que mais de um milhão de computadores foram infectados. O Sasser teria causado interrupções em sete grandes companhias pelo mundo. Correios foram infectados em Taiwan, hospitais em Hong Kong e bancos na Austrália.
O que se pode fazer?
A Microsoft e várias empresas de segurança lançaram softwares que funcionam como ferramentas que ajudam a detectar e remover o vírus.
É aconselhável atualizar a versão do seu Windows, baixando grátis arquivos de proteção da Microsoft.
Os usuários são também aconselhados a instalarem antivírus e mantê-los atualizados. Se você tem uma conexão de banda larga, utilize um Firewall, ou seja, um programa para fechar as aberturas que alguns softwares malignos instalam na sua máquina.
Comments:
Posted
10:03 PM by Cassiano Leonel Drum
Schumacher vence GP da Espanha
BARCELONA, ESPANHA - O alemão Michael Schumacher confirmou as expectativas e não deu chances a qualquer adversário no GP da Espanha. Neste domingo, ele venceu com o tempo de 1h31m. O brasileiro Rubens Barrichelo confirmou a dobradinha da Ferrari e chegou em segundo, enquanto o italiano Jarno Trulli, da Renault, completou o pódio.
Depois de cinco provas na temporada 2004 - Austrália, Malásia, Bahrein, San Marino e Espanha -, o alemão é o líder disparado do campeonato com cinco vitórias e 50 pontos. Barrichello é o vice-líder com 32. O inglês Jenson Button vem a seguir, com 24, seguido de Alonso e Trulli, ambos com 21.
Trulli roubou as atenções na largada saindo de quarto para a primeira posição antes da primeira curva do circuito. Rubinho manteve a quinta colocação sendo pressionado por Fernando Alonso que saiu de oitavo para sexto. Trulli, que estava claramente com o carro mais leve, seguiu liderando as primeiras voltas 'vigiado' de perto pelo alemão Michael Schumacher. Logo na oitava volta, Alonso fez o primeiro pit stop da corrida e o italiano veio logo à seguir perdendo a liderança para Schumacher na volta dos boxes.
Com a estratégia diferente do alemão, Rubinho se manteve na pista com a programação de fazer apenas duas paradas e acabou pulando para a segunda colocação, com Trulli em terceiro. Felipe Massa e Cristiano Da Matta se mantiveram nas posições intermediárias terminando a prova na nona e na 13ª colocações respectivamente.
Após a segunda para o panorama continuou o mesmo. O colombiano Juan Pablo Montoya abandonou a prova na 46ª volta com problemas mecânicos. As McLarens mais uma vez foram mal e chegaram a levar uma volta dos três primeiros colocados. Jenson Button, que largou apenas na 14ª posição, terminou em oitavo.
Com oito segundos de vantagem sobre o brasileiro, Schumacher administrou as últimas voltas para conquistar sua quianta vitória consecutiva na temporada.
Antes dos treinos de sexta-feira em Barcelona, Schumacher foi homenageado pela Ferrari por completar na Espanha 200 corridas na Fórmula 1. Mas o número é contestado pela FIA, que não considera que o alemão tenha disputado o GP da França em 1996. O alemão não largou por um problema mecânico na sua Ferrari durante a volta de apresentação.
Comments:
Posted
3:47 PM by Cassiano Leonel Drum
Presidência condena matéria do NYT
A presidência da República, por meio de sua Secretaria de Imprensa e Divulgação (SID), condenou a matéria publicada neste sábado pelo jornal norte-americano The New York Times, que vincula supostas gafes e erros cometidos pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva a "bebedeiras".
Segundo a assessoria do presidente, a matéria, escrita pelo correspondente do jornal no Brasil, Larry Rohter, "não é jornalismo, é calúnia, difamação, preconceito e o assunto vai ser tratado nesses termos".
A presidência informa que pretende analisar, a partir de segunda-feira, a possibilidade de entrar com uma ação judicial. No texto publicado nos Estados Unidos, Rohter reúne insinuações que circularam na imprensa brasileira e um depoimento do presidente do Partido Democrático Trabalhista (PDT), Leonel Brizola, para construir a tese de que um suposto convívio excessivo com bebidas alcoólicas tem prejudicado o desempenho do presidente brasileiro.
Segundo a SID, a revista dominical do jornal norte-americano deve publicar reportagem especial sobre o presidente Lula ainda este mês.
O jornalista Barry Beareck, vencedor do Prêmio Pulitzer, o principal do jornalismo norte-americano, entrevistou o presidente e o acompanhou em uma viagem oficial.
O jornalista norte-americano também circulou pelo País recolhendo informações com parentes, amigos, correligionários e companheiros da época de sindicato para traçar um perfil do presidente.
NYT diz que álcool prejudica desempenho de Lula
A edição deste sábado do jornal norte-americano The New York Times traz uma matéria relacionando o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva ao consumo excessivo de álcool. O texto diz que "passa pela cabeça de alguns de seus compatriotas, que isso, inclusive, prejudique o seu desempenho no cargo".
"Luiz Inácio Lula da Silva nunca escondeu que gosta de um copo de cerveja, uísque e até um gole de cachaça", afirma o texto, que vai além: "em meio a sucessivas crises e mau desempenho de seus programas sociais, o presidente perdeu visibilidade, deixando a cargo dos seus assessores contornarem as dificuldades."
Segundo o texto, esse afastamento criou especulações que, de alguma forma, ele possa estar estar relacionado ao consumo de álcool. Os aliados do presidente, entretanto, negam qualquer problema de Lula com bebidas."
A matéria prossegue dizendo que apesar de o assunto ser conversado nos bastidores políticos, ninguém quer vir a público e falar abertamente sobre o assunto, exceção ao presidente do PDT, Leonel de Brizola, que diz temer que o "álcool esteja destruindo os neurônios do presidente".
"Quando eu fui o candidato à vice-presidência de Lula, em 1998, ele bebia muito", disse Brizola, agora agora membro da oposição. "Eu o alertei sobre o perigo das bebidas destiladas. Mas ele não me ouvia. Segundo várias pessoas, ele continua a beber".
"Qualquer um que já esteve em uma recepção formal ou informal em Brasília testemunhou os presidentes tomando uísque", escreveu o colunista Ali Kamel de O Globo. "Mas você nunca leu nada sobre outros presidentes, só sobre Lula. Isso é preconceito", afirmou.
Bom de todo o jeito acho que os brasileiros não merecem isso.
Comments:
|